Publicado em 08/11/2023 às 16:48, Atualizado em 08/11/2023 às 18:24
Autos do processo foram encaminhados ao MP e policiais responderão por Ato de Transgressão Disciplina
A Corregedoria da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) enviou parecer ao Ministério Público afirmando que há "indícios suficientes" para que policiais militares acusados de agressão ao diretor do Jornal da Nova, respondam inquérito de ATD (Ato de Transgressão Disciplinar). Quatro policiais envolvidos saíram do policiamento ostensivo e atualmente fazem serviço burocrático na Capital.
Respondem pela "transgressão da disciplina policial militar": um subtenente, dois terceiro-sargento e um cabo.
Além deles, um tenente-coronel também irá responder. Segundo a Corregedoria, ele delegou responsabilidades para os militares e contribuiu de forma indireta com os fatos.
Os crimes – Os quatro policiais são investigados por constrangimento ilegal (artigo 222 do Código de Processo Militar) e invasão de domicílio (artigo 226), por terem perseguido, agredido e praticar tortura psicológica contra o diretor do Jornal da Nova Sandro de Almeida Araújo.
Mesmo não sendo alvo de qualquer investigação, Sandro foi perseguido por duas viaturas descaracterizadas ocupadas pelos quatro policiais à paisana, impedido de entrar em casa, imobilizado com golpe “mata-leão”, jogado ao chão, agredido e revistado. As cenas foram gravadas por câmeras de segurança.
Dos quatro acusados, apenas um dos militares estava de serviço naquela data. O terceiro sargento que também é acusado estava de atestado, o cabo de folga e o subtenente deveria estar atuando em Bonito, para onde já tinha sido designado após vários anos trabalhando em Nova Andradina.
Fogos e faixas – Segundo denúncia do diretor do Jornal à Polícia Civil, os policiais disseram que estavam “cumprindo ordens”. Editor do site Jornal da Nova, Sandro Araújo foi acusado de instalar faixas e soltar fogos de artifício para comemorar a troca de comando no 8º Batalhão da PM.
No mesmo dia dos atos ilegais, o tenente-coronel José Roberto Nobres de Souza passou o comando para o tenente-coronel Paulo Renato Ribeiro e foi designado para cargo de confiança na Casa Militar, órgão responsável pela segurança institucional do governador Eduardo Riedel e do vice-governador José Carlos Barbosa. Três dias depois, no entanto, a designação foi cancelada.
Sandro afirma que teve divergências com o tenente-coronel José Roberto no período de três anos em que o oficial comandou a PM em Nova Andradina. Segundo o jornalista, o comandante fez duas representações contra ele na polícia, para obrigá-lo a revelar fontes de reportagens sobre a segurança pública.
Prisão - Os policiais respondem ao processo com medidas cautelares como alternativa à prisão preventiva, requerida pela Corregedoria da Polícia Militar. A Justiça determinou que os militares mantenham distância mínima de 500 metros da vítima, de seus familiares e das testemunhas. Eles também estão proibidos de manter contato com a vítima, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação.
Com informações do Campograndenews
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