Publicado em 17/02/2025 às 11:30, Atualizado em 17/02/2025 às 12:28
A reação veio após a divulgação de um áudio no qual a vítima expressava insatisfação com o atendimento prestado pela (Deam), pouco antes de ser assassinada.
A Associação dos Delegados de Polícia de Mato Grosso do Sul (Adepol/MS) manifestou apoio às delegadas Elaine Benicasa e Analu Ferraz, criticando o que chamou de tratamento "unilateral e abusivo" do caso envolvendo o feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte. A reação veio após a divulgação de um áudio no qual a vítima expressava insatisfação com o atendimento prestado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), pouco antes de ser assassinada.
Em nota oficial, a Adepol ressaltou que o único responsável pelo crime é Caio Nascimento, noivo da vítima, que está preso. A entidade afirmou que a Deam seguiu todos os protocolos de atendimento, oferecendo abrigo a Vanessa na Casa da Mulher Brasileira, o que, segundo as delegadas, foi recusado por ela.
Áudio de Vanessa e críticas ao atendimento
Horas antes de ser morta a facadas na última quarta-feira (12), Vanessa enviou um áudio a uma amiga relatando sua frustração com o atendimento na Deam. Segundo a jornalista, a delegada plantonista recusou-se a fornecer detalhes sobre o histórico criminal do noivo, justificando que as informações estavam sob sigilo judicial.
Em outra mensagem, Vanessa desabafou sobre a postura da delegada:
"Ela me tratou de forma seca e prolixa. Toda hora me cortava. Eu disse: 'Quero entender quem é essa pessoa'. E ela respondeu que não poderia passar o histórico dele, mas que eu já sabia, porque ele mesmo havia falado das agressões."
A jornalista também expressou indignação ao amigo:
"Parece que tudo protege o agressor."
Vanessa contou com a companhia de um amigo ao ir à delegacia e planejava retornar com escolta policial para retirar seus pertences da casa onde morava com Caio. No entanto, essa escolta não ocorreu. Ao ir sozinha até o local, foi assassinada.
Posicionamento da Adepol
A Adepol/MS repudiou as críticas à delegada responsável pelo caso e afirmou que a Polícia Civil cumpriu todos os protocolos de proteção existentes. A associação destacou que a vítima foi orientada a não voltar para casa e que não cabe à polícia divulgar informações sigilosas sobre antecedentes criminais.
A nota também mencionou que já houve uma reunião entre o Poder Judiciário, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública e a Delegacia-Geral da Polícia Civil para avaliar possíveis melhorias nos protocolos de atendimento a vítimas de violência doméstica.
Por fim, a entidade reforçou que a responsabilidade pelo feminicídio é exclusivamente do agressor, que está preso e responderá pelo crime.
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