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16/02/2025 às 10:05, Atualizado em 15/02/2025 às 23:14

Governo reconhece falhas no atendimento a jornalista e reforça compromisso contra feminicídio

Sobre o procedimento policial questionado, o mesmo já está sendo apurado pela Corregedoria da Polícia Civil

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Foto da vítima - Reprodução redes sociais

O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul divulgou neste sábado (15) uma nota oficial sobre o feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, morta pelo ex-noivo Caio Nascimento, em Campo Grande. Ele foi preso em flagrante no dia do crime.

No comunicado, o governo lamenta o ocorrido, reconhece falhas no atendimento da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e reforça a necessidade de mudanças para garantir maior proteção às vítimas de violência.

A nota oficial também destaca que o procedimento policial questionado está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Civil, com acompanhamento do Ministério das Mulheres. O governo reforça que qualquer falha deve ser rigorosamente analisada, com responsabilização dos envolvidos e a correção imediata de erros.

A morte de Vanessa trouxe à tona a urgência de ações mais eficazes contra o feminicídio. Em um áudio divulgado antes do crime, a jornalista relatou um atendimento "frio" ao buscar ajuda na delegacia.

O governo afirma que está empenhado em fortalecer a rede de proteção às mulheres, promovendo campanhas, ampliando medidas protetivas e investindo na qualificação das forças de segurança.

Nota na íntegra

O governo do estado de Mato Grosso do Sul lamenta profundamente mais um caso de feminicídio em nosso estado, solidarizando-se com familiares e amigos neste momento de luto. Reafirmamos diariamente o compromisso com o enfrentamento a todas as formas de violência contra meninas e mulheres.

A violência, em qualquer forma que se manifeste, exige resposta imediata e eficaz, e que qualquer falha no atendimento à vítima deve ser rigorosamente analisada, com responsabilização e punição, além da correção imediata de erros que porventura estejam ocorrendo na proteção à mulher.

Mais uma morte prova que não estamos conseguindo garantir proteção às vítimas de violência. Falhamos enquanto estado, falharam as instituições, falhamos enquanto sociedade. Precisamos identificar onde erramos, planejar mudanças e agir eficazmente para termos uma solução que resulte de forma efetiva no fim da morte de mulheres em nosso estado simplesmente por serem mulheres. E para isso estamos incessantemente trabalhando, integrando diversos atores, propagando campanhas, ampliando rede de proteção, e estabelecendo medidas efetivas. Enquanto Poder Público temos sim que dar uma resposta a toda sociedade.

E sobre o procedimento policial questionado, o mesmo já está sendo apurado pela Corregedoria da Polícia Civil, inclusive com a participação do Ministério das Mulheres, conforme nota divulgada. Nesse momento entendemos que deve haver punição exemplar ao assassino, sem que haja politização na discussão, mas sim uma resposta célere que garanta maior proteção à mulher.

Reforçamos ainda que trabalhamos no apoio e implementação de políticas públicas que protejam as mulheres, como também na criação de mecanismos que garantam a efetividade das medidas protetivas e treinamento contínuo das forças da segurança pública, para poderem atender com sensibilidade e eficácia as ocorrências de violência contra a mulher, isso feito em parceira com diversas esferas do poder público, bem como com representação da sociedade civil. Esta precisa ser uma luta diária de toda sociedade. Temos que dar um basta nos casos de violência contra mulher. Não podemos tolerar que o Mato Grosso do Sul continue com elevados índices de feminicídio, fruto também de uma cultura machista que deve ser melhor enfrentada pelas instituições e pela sociedade.

Reiteramos nosso compromisso em lutar incansavelmente para que sorrisos como o de Vanessa Ricarte não se apaguem e possamos construir uma sociedade mais justa e segura para todas as mulheres.

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