A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) registrou mais de 120 agressões a jornalistas em contexto político partidário e eleitoral neste ano. Ao todo, toram 64 ocorrências de assédio nas redes sociais e 59 atentados físicos contra jornalistas.
“Um país que não compreende a diferença entre crítica ao trabalho jornalístico e violência contra profissionais da imprensa coloca a democracia e a si próprio em grave risco”, disse a Abraji em nota de repúdio.
Um dos últimos casos, divulgado no portal da entidade, envolve uma repórter da Rádio Bandeirantes, agredida verbalmente e com uma cabeçada por um manifestante em ato de apoio ao candidato Jair Bolsonaro (PSL), na Avenida Paulista, em São Paulo (SP).
Segundo a Abraji, a jornalista entrevistava uma capitã da Polícia Militar sobre a preferência da corporação em fazer proteção apenas dos manifestantes em uma das faixas da Paulista, quando o homem se aproximou e começou a ofendê-la, aos gritos. A repórter pegou o celular para registrar a agressão e afirmou que faria um boletim de ocorrência contra o homem, que, em seguida, lhe deu uma cabeçada.
Ataques online
Os ataques acontecem também na internet. Repórteres têm os perfis inundados por xingamentos e até mesmo por ameaças. “Ofensas, assédio e ameaças a jornalistas com o objetivo de silenciá-los são sintomas de desprezo pela democracia. É urgente e necessário que os candidatos no pleito atual se manifestem publicamente contra tais ataques e os desencorajem. O silêncio diante da violência praticada por seus apoiadores configura conivência com ataques à liberdade de expressão”, argumenta a Abraji.
Um estudo feito pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas mostra que – entre 18 de setembro e 2 de outubro – 945,3 mil postagens no Twitter abordaram a cobertura da imprensa em relação às eleições.
(por Mariana Tokarnia, Agência Brasil)
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