O isolamento imposto pela ameaça do novo coronavírus causou um aumento dos picos de dados trocados por usuários nas últimas semanas, e especialistas observam recordes de utilização em redes domésticas – que costumavam ser mais ociosas -, de acordo com informações da Folha Press.
Só no Estado de São Paulo, o pico de uso subiu 25% em relação ao nível de três semanas atrás. Isso demonstra que as redes antes ociosas estão superutilizadas, segundo a reportagem.
As maiores operadoras do país liberaram conteúdos de TV e streaming e anunciaram bônus de dados no celular durante a quarentena. No entanto, André Rodrigues, da Abrint, associação brasileira de provedores, explicou à reportagem que serviços de streaming não ameaçam a rede, uma vez que grandes empresas como Netflix, Amazon e Google têm um sistema próprio e centralizado de troca de dados.
O problema está nos operadores que não se prepararam para um pico de demanda do tipo, que parecia improvável antes da epidemia, quando as pessoas não usavam a totalidade da banda contratada em seus pacotes de internet. Muitas pessoas estão usando seus aplicativos para fazerem videochamadas, por exemplo, que pesam na rede. O risco de colapso, entretanto, não é uma preocupação.
“O risco é a lentidão. A operadora faz estatísticas contando que ninguém vai pedir 200 mega ao mesmo tempo, mas se todo mundo pede, fica lento”, disse à Folha Tadeu Viana, diretor da Corning, fornecedora de fibra ótica.
Segundo ele, grande parte da população se conecta à internet por fios da TV a cabo. Nessas estruturas, é difícil escalar mais dados do que o projetado. Na fibra ótica, o remanejamento é possível por meio de roteadores.
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