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27/11/2016 às 15:32, Atualizado em 27/11/2016 às 11:59

Vacina contra Aedes aegypti pode prevenir contra Zika

A vacina produzida pelos pesquisadores vai imunizar as pessoas, interferindo com a população do Aedes aegypti.

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Foto: Reprodução Blog da Saúde

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais estão produzindo o que pode ser a primeira vacina no mundo diretamente contra o Aedes aegypti.

O projeto é um dos aprovados pelo Ministério da Saúde na Chamada Pública para apoiar projetos de pesquisa no combate ao vírus Zika e no enfrentamento ao Aedes aegypti.

"A gente conseguiu, nesse trabalho, interferir no inseto que é o transmissor de várias arborviroses, como Zika, Dengue e Chikungunya.

E por essa razão essa vacina é particularmente importante para o Brasil, já que os virologistas apontam para o risco iminente de chegar aqui novas arboviroses que são também transmitidas por este mosquito", afirma o pesquisador do projeto, Rodolfo Giunchetti.

A vacina produzida pelos pesquisadores vai imunizar as pessoas, interferindo com a população do Aedes aegypti, resultando no bloqueio da transmissão dos vírus pelo mosquito, em três etapas. Primeiramente, as pessoas serão vacinadas, e, então, produzem anticorpos contra o Aedes aegypti.

A partir daí, os mosquitos que picarem essas pessoas podem colocar menos ovos na natureza e inclusive morrer logo após a picada, além de perder a capacidade em transmitir arboviroses como o vírus Zika, quebrando a cadeia de transmissão.

Uma das principais vantagens do trabalho, segundo os pesquisadores, é conseguir o controle das enfermidades sem a necessidade de aplicar qualquer substância química no meio ambiente, como inseticidas.

Resultados preliminares, em camundongos, mostraram que a vacina interfere no ciclo de vida do inseto, como colocar menos ovos após a alimentação no camundongo imunizado, ou ainda podem morrer.

"Essa estratégia representará um avanço extraordinário para o controle de Dengue, Chikungunya, Zika e, seja lá qual for a próxima arbovirose que chegar ao nosso país", afirma o pesquisador.

Produzir uma vacina acessível financeiramente também é uma preocupação desse grupo de pesquisadores. "Quanto menor o custo, melhor, porque o nossa preocupação é disponibilizar a vacina para o Sistema Público de Saúde, favorecendo o acesso a toda população brasileira", comenta Rodolfo. Todo o trabalho está sendo direcionado para programas governamentais de controle.

Ainda estão envolvidos no projeto, além dos pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Centro de Pesquisas René Rachou, unidade de Belo Horizonte da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade Federal de Ouro Preto e o Instituto Butantan.

A ideia dessa vacina nasceu na UFMG, mas não é a primeira vacina contra insetos desenvolvida por profissionais da instituição.

A vacina contra o mosquito palha, que é o transmissor da leishmaniose visceral canina e humana, foi a primeira desenvolvida pelo grupo, que hoje, possui a patente do produto.

Investimento

O Governo Federal divulgou a relação dos 69 estudos sobre prevenção, diagnóstico e tratamento do vírus Zika e doenças correlacionadas.

O objetivo do Governo Federal é potencializar a produção de conhecimento científico e tecnológico para o enfrentamento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) declarada em função da alteração do padrão de ocorrência de microcefalia no Brasil, decorrente da infecção pelo vírus zika.

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