Agosto foi o mês mais letal da pandemia da Covid-19 em Mato Grosso do Sul e, principalmente, em Campo Grande, epicentro da doença no Estado.
Mais da metade das mortes registradas por conta do novo coronavírus em MS e também na Capital foram nesses 31 dias.
Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram que até a segunda-feira (31) 862 pessoas vieram a óbito por conta da Covid-19 em Mato Grosso do Sul, e 452 mortes ocorreram apenas em agosto, ou seja, 52% do total dos últimos 5 meses por causa da doença.
Já na Capital, foram contabilizados 355 mortes pelo novo coronavírus até ontem, das quais 211 foram registradas no mês passado, representando 59% do total de episódios no município.
Esse número de Campo Grande também mostra um aumento de 59% em relação ao mês de julho, quando foram 132 mortes computadas na cidade.
No Estado todo haviam sido registrados 320 óbitos no mês anterior, aumento de 41% em relação ao acontecido em agosto.
Esses dados podem ser ainda maiores, já que esse número computa apenas as mortes ocorridas até as 19h de domingo (30) e a SES ressalta que nem todas as investigações de mortes são encerradas no decorrer do mês, em razão da demora na entrega do resultado por conta da quantidade de exames feitos diariamente.
Letalidade
A média móvel de mortes – estimativa feita com os dados de mortes ocorridas no dia e em seis anteriores e dividida por sete – em Mato Grosso do Sul ontem era de 13,1.
Na Capital, era de 7,1. E a taxa de letalidade no Estado fechou o mês em 1,8.
“É preciso dizer que em um mês nós dobramos essa taxa de letalidade. Todo mundo que nos acompanha sabe que por muito tempo nós ficamos com uma taxa de letalidade menor que 1%.
É uma taxa que entendemos alta, e é preciso trabalhar, o que estamos fazendo, inclusive identificando os municípios com mais alta taxa de letalidade”, declarou o secretário de Saúde do Estado, Geraldo Resende.
Segundo ele, para ajudar nessa tarefa, essa semana deverá ocorrer uma reunião com o coordenador nacional do Médicos sem Fronteiras, organização não-governamental, sem fins lucrativos, que leva assistência médica para regiões carentes em todo o mundo.
Desde o mês passado há uma equipe da organização atuando com as comunidades indígenas da região de Aquidauana, e o objetivo é expandir esse trabalho.
“Eles se colocaram à disposição da Secretaria de Saúde do Estado para nos ajudar, inclusive, a qualificar as equipes de saúde dos municípios, principalmente no tocante à assistência dos pacientes que necessitam de tratamento em leitos de [unidades de terapia intensiva] UTIs”, disse Resende.
Ainda conforme o secretário, a ideia seria levar esse apoio para Jardim e Corumbá, além das próprias equipes de Aquidauana. “Com isso, esperamos inverter esse alto grau de letalidade”.
Com informações do Correio do Estado
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