Mato Grosso do Sul registra aproximadamente dois novos casos de Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids, sigla em inglês). por dia. Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) apontam que em 2016 - dados deste ano ainda não estão disponíveis - foram 682 novos casos de infecção (436 adultos e oito crianças) e de pessoas que desenvolveram a doença (246 e 49 crianças).
Novo levantamento do Ministério da Saúde indica que, desde 2012, o número de pessoas diagnosticadas com a doença aumentou 18% e o acesso ao tratamento 15% no Brasil. Também se observou redução da circulação do vírus no sangue dos tratados, indicando sucesso dos medicamentos ofertados no Sistema Único de Saúde (SUS).
Aumento no diagnóstico entre as pessoas que vivem com HIV e no número de pessoas em tratamento são os destaques do Relatório de Monitoramento Clínico do HIV lançado na quinta-feira (23) pelo Ministério da Saúde. O documento demonstra o avanço no alcance de metas no período de 2012 a 2016. De acordo com o documento, estima-se que em 2016, aproximadamente 830 mil pessoas vivem com HIV no País, dessas 694 mil (84%) diagnosticadas; 655 mil (79%) vinculadas a algum serviço de saúde; e 563 mil (68%) retidas nos serviços.
A proporção de pessoas vivendo com HIV diagnosticadas (1ª meta) aumentou em 18%, passando de 71% em 2012, para 84% em 2016. Ainda com relação aos resultados das metas no país, houve um aumento de 15% na proporção de PVHIV diagnosticadas que estavam em tratamento (de 62% em 2012 para 72% em 2016). Nos primeiros seis meses de 2017, o relatório aponta que quase 35 mil pessoas iniciaram terapia antirretroviral (TARV). Na terceira meta, das pessoas em tratamento antirretroviral, há pelo menos seis meses em 2016, 91% atingiram supressão viral. Essa proporção é 6% acima da observada em 2012 (85%) e aponta que o país ultrapassou a meta estabelecida.
Lançado pelo segundo ano seguido, o documento Relatório de Monitoramento Clínico do HIV, reúne e analisa as informações dos principais indicadores de monitoramento clínico, atualizados até 30 de junho de 2017. O relatório avalia as metas 90-90-90: 90% das pessoas vivendo com HIV (PVHIV) diagnosticadas; 90% das PVHIV diagnosticadas em terapia antirretroviral (Tarv); e 90% das PVHIV diagnosticadas em TARV (terapia antirretroviral - com supressão viral, até o ano de 2020) para o Brasil, entre 2012 e 2016. As metas foram instituídas, em 2014, pelo Programa das Nações Unidas para Aids (UNAIDS).
Outro dado do relatório aponta que, de todos os indivíduos infectados pelo HIV, observa-se cobertura antirretroviral de 60% e supressão viral de 54% (com carga viral abaixo de 1.000 cópias/mL). Isso é excelente porque quanto menor a carga viral, menor a possibilidade de transmissão do vírus e indica sucesso no tratamento da pessoa vivendo com HIV.
O Brasil foi o primeiro país da América Latina a incorporar, a partir de janeiro de 2017, o medicamento Dolutegravir que é considerado atualmente o melhor medicamento para tratamento do HIV. Dados mais atuais, até 31 de outubro 2017, revelam que 68 mil PVHIV já estão em uso de Dolutegravir no país.
DESAFIO
A maior vulnerabilidade entre os jovens fica evidente nos resultados apresentados no Relatório. Na análise das metas 90-90-90 estimou-se que apenas 56% das PVHIV de 18 a 24 anos diagnosticadas estavam em TARV, e desses, menos da metade apresentavam supressão viral (Carga Viral menor que 200 cópias/mL).
O financiamento de toda a terapia antirretroviral distribuída pelo SUS no Brasil, garantida sua sustentabilidade por lei, é feito com recursos exclusivamente nacionais. Em 2017 foi investido R$ 1,1 bilhão para aquisição de 37 apresentações dos medicamentos.
Fonte - Correio do Estado
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