Os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Amazonas e o Distrito Federal caminham rapidamente para uma situação crítica de novos casos de coronavírus, um cenário tão preocupante que o próprio Ministério da Saúde não é capaz de prever quantas pessoas deverão ser contaminadas pela covid-19 nas próximas semanas. A informação foi dada pelo secretário-executivo do Ministério da Saúde, braço direito do ministro Luiz Henrique Mandetta à frente da Pasta.
Ao se referir a essas cinco localidades, João Gabbardo disse que elas vivem uma transição de fase em relação às contaminações, saindo de uma situação de "epidemia localizada" para uma fase de "aceleração descontrolada".
Questionado sobre o que isso significa na prática, Gabbardo disse: "Teremos essas situações nesses locais, em que não conseguimos prever a dimensão das contaminações. É isso o que essa fase significa."
O Ministério da Saúde trabalha com diversos cenários para poder medir seu poder de resposta e orientar as ações em torno de descolamento de suprimento médico, montagem de leitos e oferta de equipamentos de proteção individual, entre outros. É consenso, porém, que há falta generalizada de cada um desses itens.
Considerando as fases epidêmicas, o ministério trabalha com as classificações epidemia localizada, aceleração descontrolada, desaceleração e controle. Na maior parte dos municípios, segundo o ministério, a transmissão está ocorrendo de modo restrito.
Apesar da imprevisibilidade nas cinco localidades, Gabbardo disse que os números atuais estão dentro das médias que o Ministério da Saúde tem estimado.
O secretário-executivo também disse que há uma tendência de que outras regiões do País sofram fases de picos da doença em diferentes momentos, o que ajuda a reduzir a pressão sobre o aparato médico necessário para enfrentar a covid-19.
"Provavelmente, todos os dias o número de pessoas contaminadas e de óbitos vai bater um recorde em relação ao dia anterior, pelo menos até um dado momento", disse Gabbardo.
O primeiro caso confirmado no Brasil teve início dos sintomas em 26 de fevereiro. Após 38 dias, já são 10.278 casos oficialmente conhecidos e 431 mortos.
Com informações do Estadão
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