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26/08/2020 às 16:25, Atualizado em 26/08/2020 às 19:27

Covid-19: Brasil volta a ter alta de contágio após desaceleração

Cálculo feito pela universidade britânica Imperial College mostra que taxa de contágio (Rt) voltou a 1

Uma semana depois de apresentar, pela primeira vez desde abril, queda na taxa de transmissão de coronavírus, o Brasil voltou a ter aumento do índice de contágio, segundo estimativas divulgadas nesta quarta-feira, 26, por pesquisadores da universidade britânica Imperial College de Londres.

Usando um modelo matemático que considera o número de mortes confirmadas a cada semana e estima o nível de transmissão do vírus mesmo com a subnotificação, os cientistas afirmam que a taxa de contágio (Rt) do vírus no País subiu de 0,98, na semana passada, para 1, na semana iniciada no dia 23 de agosto.

A taxa de contágio indica para quantas pessoas um paciente infectado consegue transmitir o novo coronavírus. Quando o indicador está abaixo de 1, há indícios de desaceleração do surto e, acima disso, ele tem tendência de alta.

O dado significa que 100 pessoas contaminadas contagiam outras 98 que, por sua vez, passam a doença para outras 96. Essas contaminam 94 e assim sucessivamente, o que explica a desaceleração do contágio.

Em julho, o País apresentou taxas de 1,01, situação definida como "fora de controle". O relatório da semana passada, no qual a Rt ficou em 0,98, foi o primeiro que apontava desaceleração depois de 16 semanas consecutivas de taxa de transmissão acima de 1.

No relatório publicado nesta quarta, os pesquisadores ressalta que os resultados brasileiros devem ser "interpretados com cautela", pois a notificação de mortes e casos no País está mudando.

Uma das principais alterações feitas nas últimas semanas que podem ter levado a um aumento atípico das notificações foi a decisão do Ministério da Saúde de aceitar registros de casos diagnosticados por critérios clínicos e de imagem, ou seja, por meio do histórico de sintomas e exames que mostrem o comprometimento pulmonar do doente, como tomografia e ressonância. Com isso, deixou de ser necessária a confirmação laboratorial por meio de exame PCR ou sorológico.

Fonte - Estadão

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