Segundo alguns cientistas, alguns lugares do mundo, entre eles cidades e estados do Brasil, dão sinais de que podem ter alcançado a chamada imunidade coletiva ou de rebanho contra o coronavírus.
Conforme divulgado, a imunidade coletiva é alcançada quando o vírus não consegue mais continuar a se propagar com força porque não há pessoas vulneráveis em número suficiente para sustentar uma epidemia.
O número de casos diários caiu e não voltou a crescer significativamente por mais de um mês, como no Rio de Janeiro, em São Paulo e Manaus, por exemplo. No mundo, Nova York, Londres e Mumbai são exemplos, conforme publicou O Globo.
O padrão observado nesses lugares em nada surpreende a biomatemática portuguesa Gabriela Gomes, da Universidade de Strathclyde, na Escócia.
Gabriela Gomes explica ainda que o limiar não é o mesmo em todos os lugares e varia até mesmo dentro deles. Principalmente, em países grandes, como o Brasil e os Estados Unidos.
A imunidade coletiva é modulada pelo distanciamento social. Não se pode olhar um país como um todo e cada região dentro dele terá um limiar, diz ela.
“Só teremos imunidade coletiva ampla com vacina. Mas a força da pandemia já está reduzida em algumas partes do mundo, como na Europa e em parte da China. Também em regiões dos EUA e do Brasil, onde cada estado deve ser pensado como um país. Estamos mais próximos de voltar à normalidade. É importante que isso seja comunicado às pessoas”, frisa Gabriela Gomes.
Segundo Gabriela, Manaus, Rio de Janeiro e São Paulo parecem caminhar para a imunidade coletiva. Nesses lugares, o distanciamento social foi limitado ou baixo, não houve rastreamento de contatos. Ainda assim, o número de novos casos caiu e, segundo Gabriela, isso é sugestivo de imunidade coletiva.
Cientistas fazem a ressalva de que a imunidade coletiva é um indicador de tendência da pandemia, mas não deve orientar políticas de governo.
Até porque países severamente afetados pelo coronavírus, como Espanha e Brasil, não têm mais do que 10% da população infectada, o que faz com que o número de vulneráveis seja imenso.
Pesquisadores discutem se tal imunidade foi de fato alcançada e quanto tempo vai durar, já que não se sabe o prazo da defesa adquirida contra o coronavírus.
Além disso, mesmo com imunidade coletiva, muitas pessoas ainda podem morrer de Covid-19.
No Brasil especificamente, outra possibilidade é de que a doença agora se propague mais entre os jovens, que saíram do distanciamento. Eles são infectados, mas raramente adoecem com gravidade e, como a testagem é baixíssima no país, esses casos não são notificados.
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