Os nove casos de reinfecção pelo novo coronavírus (Covid-19) em Mato Grosso do Sul, investigados pelo Ministério da Saúde, foram descartados. A informação foi confirmada ao Correio do Estado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES).
O Ministério da Saúde descartou os suspeitos por não serem compatíveis com a definição de reincidência do Coronavírus, de acordo com a SES.
Na nota técnica com orientações a respeito de casos suspeitos de reinfecção da Covid-19 do Ministério da Saúde, lançada ontem, os casos de reinfecção pelo vírus são considerados quando o indivíduo possui dois resultados positivos de RT-PCR – o teste por via nasal – para o vírus com intervalo igual ou superior a 90 dias entre os dois casos de infecção. As condições clínicas do paciente não são consideradas nos dois episódios.
O Ministério da Saúde destaca que algumas situações podem influenciar na confirmação de reinfecção, como os erros na coleta do material de testagem, o uso de testes de baixa sensibilidade, as diferentes respostas imunológicas dos indivíduos ao vírus e o uso de medicamentos que podem modificar o sistema imunológico do paciente.
Casos de reinfecção
No Brasil, vigilâncias sanitárias estaduais já mostraram relatos de casos suspeitos de reinfecção com intervalos variáveis de tempo entre as duas infecções. O primeiro caso foi confirmado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em setembro.
O infectologista e coordenador do estudo, Felipe Bellissimo, explicou em videoconferência realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que a paciente, enfermeira de 24 anos, apresentou sintomas mais severos na segunda contaminação. Bellissimo detalhou que o tempo de intervalo entre o surgimento dos primeiros sintomas e a nova infecção foi cerca de 38 dias.
De acordo com o infectologistas, o caso tem três evidências de comprovação de reinfecção, o contato epidemiológico, as manifestações clínicas e os exames laborais, que são ancorados nos sintomas apresentados pela paciente. “A probabilidade de ser um falso positivo é muito pequena. Em ciência, a gente não produz provas definitivas, nós produzimos evidências. E, no caso, todas as evidências apontam para que o paciente realmente tenha tido reinfecção por Covid”, explica Bellissimo.
Anticorpos pós-infecção
Em estudo realizado pelo Imperial College London foi constatado que anticorpos do Coronavírus desaparecem rapidamente após infecção. De acordo com o estudo, que foi realizado de junho a setembro com 325 mil pessoas do Reino Unido, o número de pessoas com anticorpos necessários para enfrentar as infecções da Covid-19 caiu de 26% durante pesquisa.
Em três meses, a porcentagem de indivíduos com anticorpos no país caiu de 6% para 4,4%.Os pesquisadores alertam que ainda não há provas de que isso aumente os riscos de reinfecção pela doença, no entanto há possibilidade devido a baixa proteção do organismo contra a Covid-19.
Síndrome em crianças do Estado
Dois novos casos de possível Síndrome Inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) relacionada à Covid -19 também estão sendo investigados pelo Ministério da Saúde em Mato Grosso do Sul.
O primeiro caso é de uma adolescente de 5 anos, que faleceu no dia 20 de outubro. A jovem foi diagnosticada com o novo coronavírus após a morte e chegou a ser tratada anteriormente para dengue.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), a adolescente apresentava sintomas de vômito, dor abdominal, vertigem e lipotimia, episódios de perda de consciência, que evoluíram para morte encefálica. A jovem que foi o segundo caso de morte mais jovem do Estado, não tinha nenhuma comorbidade.
O segundo caso em investigação é de um menino, de 5 anos, que morreu no dia 27 de outubro, por complicações da doença causada pela Covid-19, no município de Dourados. Ele apresentava como comorbidades, como asma, obesidade e autismo.A criança é considerada o caso de óbito mais jovem em Mato Grosso do Sul.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e a Sesau, os dois casos ainda não foram concluídos e as mortes continuam sendo investigados.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o critério para a morte ter relação com a Síndrome é que o paciente tenha tido Coronavírus. Os sintomas mais frequentes da síndrome são febre persistente, conjuntivite, pressão baixa, manchas no corpo, diarreia, dor abdominal, náuseas, vômitos, falta de ar, entre outros.
Campo Grande já chegou a investigar um caso da Síndrome causada pela Covid-19, mas foi descartado pelo paciente não apresentar resultado positivo para a infecção.
Com informações do Correio do Estado
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