Buscar

27/08/2023 às 15:30, Atualizado em 26/08/2023 às 15:57

Casos de Febre Maculosa reascendem polêmica sobre capivaras em parque

A capivara, é sempre bom lembrar, é um dos hospedeiros do carrapato-estrela

Cb image default
As capivaras que vivem no parque Arnulpho Fioravanti passaram de simples moradoras a motivo de preocupação - Crédito: Arquivo

As recentes confirmações de casos de Febre Maculosa, particularmente no interior de São Paulo, com oito mortes, chamaram a atenção das autoridades de saúde em todo o Brasil. A doença, transmitida por carrapatos, foi registrada também em Mato Grosso do Sul e, mais especificamente em Dourados, houve dois casos supeitos, sendo um descartado e o outro aguardando resultado de exames laboratoriais. Os casos estão senso monitorados pelo Centro de Informações Estratégica em Vigilância em Saúde (CIEVS-Dourados). Os dois casos suspeitos são de moradores da área urbana, o que acende o alerta para um problema antigo.

Sem predadores naturais e com capacidade de reproduzir duas vezes por ano até 8 filhotes, as capivaras que vivem no parque Arnulpho Fioravanti passaram de simples moradoras a motivo de preocupação. Como o capim – uma das opções de alimento – está seco por causa do clima, os bichos estão saindo dos limites do parque e caminhando por ruas próximas. Essa situação aumenta com o “pasto” seco, mas se registra em outras estações.

A situação do parque contribui para essa “farra” das capivaras. Na área que ladeia a Agecold, vândalos cortaram um pedaço da tela que cerca o parque e criaram um “portão”, no qual é possível passar até um veículo de grande porte. O portão é usado pelas capivaras e também pela turma do pedal, que criou trilhas em vários pontos do Parque, e por outros frequentadores. Entrando-se de carro pelo portão, uma estrada que passa atrás da sede do Instituto Municipal do meio Ambiente (IMAM) é possível acessar a Rua Coronel Ponciano.

A capivara, é sempre bom lembrar, é um dos hospedeiros do carrapato-estrela (Amblyomma cajennense), principal transmissor da doença Febre Maculosa Brasileira (FMB). A doença é transmitida por esses carrapatos, que funcionam como reservatórios da bactéria Rickettsia rickettsii, que são microrganismos que causam a FMB. Se pegar o ser humano, pode contaminar com a febre maculosa, uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável. A doença pode variar desde as formas clínicas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de letalidade.

Já se pensou em várias alternativas para o manejo das conhecidas “capivarinhas” do Arnulpho Fioravanti., cuja população aumentou muito nos últimos anos. Enquanto não se toma medidas práticas (uma parceria com algum curso de veterinária de um das universidae da cidade para elaborar um Plano de Manejo) a cada dia aumenta a prociupação dos moradores no entorno do Parque.

Nas travessas que dão acesso à Rua Onofre Pereira de Matos alguns colocaram cercas improvisadas para evitar a entrada dos bichos, que à noite circulam livremente e em bando pelo local, chegando inclusive à rua citada. Além do risco aos moradores, os mesmos são obrigados a cuidados redobrados com animais domésticos , sobretudo cães, também hospedeiros preferidos do carrapato estrela. “Dias atrás um filhote de capivara ficou trancado no quintal e quando o vizinho foi espantar para que voltasse ao Parque catou no chão um carrapato enorme”, narrou à reportagem o morador Gerson Medeiros.

Com informações do site DouradosAgora

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.