O Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul pode entrar em atrito sobre o tema eleições 2022. Isso porque o ex-governador Zeca do PT admitiu que pode apoiar candidatos como Eduardo Riedel, do PSDB, ou Nelson Trad, do PSD, caso o partido não tenha nome para disputar o governo.
Não bastou muito tempo para dividir a militância. O deputado estadual Pedro Kemp foi o primeiro a se pronunciar e repudiou o apoio a quaisquer candidatos ao governo que sejam bolsonaristas.
“Quero deixar claro que não apoio candidatos bolsonaristas ao governo de MS. A política não é vale-tudo. Coerência acima de tudo!”, disse Kemp na página oficial da rede social. Isso inclui, ainda, legendas que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff.
Deixando o passado de lado
Em entrevista a Folha de São Paulo, Zeca do PT - que governou o Estado entre 1999 a 2006 - afirmou que é necessário que o partido abra mão da majoritária. Para ele, uma composição seria o ideal e defende que o partido converse tanto com o PSD como com o PSDB. A ideia é encabeçada pelo próprio Lula.
No entanto, a proposta enfrenta muita resistência. Questionado sobre qual será o posicionamento do partido, o presidente regional do PT, Vladimir Ferreira reforçou que alianças com bolsonaristas estão fora de cogitação.
“Entendemos que, como vamos dialogar numa frente de esquerda, talvez o candidato saia dessa frente de esquerda. Em nenhum momento nessa nota trata de aliança com o PSDB ou com qualquer partido da base bolsonarista. Isso está fora de cogitação no Partido dos Trabalhadores.”
O partido se organiza, mas com a possibilidade de candidatura de Lula em 2022 para presidente, novas frentes progressistas devem surgir para alinhamento.
“Primeiro, nós consideramos que a possível candidatura do presidente Lula em 2022 é um ponto de unidade do PT, das frentes de esquerda e das forças progressistas, e não de divisão. Segundo, que temos uma resolução no diretório estadual que diz o seguinte: iremos ao longo desse ano construir a chapa de deputado estadual e federal. Iremos paralelo a isso dialogar com forças de esquerda do Estado. E iremos apresentar pré-candidatura do PT nos segundo semestre", diz.
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