O deputado estadual Pedro Pedrossian Neto (PSD) destinou R$ 27 mil da verba de gabinete para a Via Marketing Comunicação em fevereiro. Além do valor mensal alto, o repasse chamou atenção na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) porque a agência era do chefe de gabinete de Pedro, Edimar Paes da Silva, até 11 de janeiro.
Assim, as suspeitas são de que o deputado, ex-secretário de Finanças de Marquinhos Trad (PSD) na Prefeitura de Campo Grande, estaria levando para a Assembleia Legislativa suposto esquema de 'rachadinha'.
O gabinete do deputado estadual repassou para a empresa, menos de um mês depois da 'venda oficial', a maior parte da Ceap (Cota do Exercício da Atividade Parlamentar), espécie de verba indenizatória mensal que os deputados têm para custear atividades parlamentares.
Como o limite de gastos mensais é de R$ 36 mil que, teoricamente, podem ser usados com locação de imóveis, veículos, compra de material de expediente, combustível e contratação de consultoria, sempre surgem suspeitas com notas muito altas concentrando o repasse.
Pedro Pedrossian admite que sabia da 'venda' antes de pagar
Na nota fiscal, a agência de comunicação que pertencia ao chefe de gabinete de Pedro Pedrossian Neto até um mês antes da emissão, informa que recebeu os R$ 27 mil em fevereiro por “serviços na área de comunicação - redes sociais e marketing”.
"Concentrar a maior parte da verba indenizatória com uma empresa de um amigo, ou até mesmo de um laranja, é uma das formas mais primárias de operar o uso indevido do custeio das atividades parlamentares", explica servidor do legislativo acostumado a acompanhar a prestação de contas mensais dos gabinetes.
Desta forma, num esquema de rachadinha, após o pagamento, quem recebeu a verba pública pode, por exemplo, devolver parte do dinheiro diretamente ao parlamentar ou indiretamente através de pagamentos a terceiros, por exemplo. Pedro Pedrossian Neto nega qualquer irregularidade.
No entanto, o deputado do PSD admitiu à reportagem do Jornal Midiamax que sabia da ligação recente entre o próprio chefe de gabinete e a empresa contratada. Além disso, ainda citou a suposta 'venda' que trocou a titularidade oficial do CNPJ, como forma de legitimar a contratação.
Pedro Pedrossian Neto confirmou que conhece Edimar há vários anos. “Conheci há vários anos. Jamais contrataria uma empresa se ele ainda fosse o sócio”, disse.
Chefe de gabinete deixou empresa por nomeação de R$ 5 mil
A reportagem também tentou contato com Edimar Paes da Silva para perguntar porque ele trocou a empresa, que de cara já ganhou R$ 27 mil no primeiro mês de dono novo, pela nomeação em um cargo com salário nominal de pouco mais de R$ 5 mil.
Na Assembleia, mesmo com os adicionais possíveis, o ganho mensal poderia chegar oficialmente a, aproximadamente, R$ 12 mil. Conforme o Midiamax, Paes não foi encontrado para explicar a sua versão.
Assim como o site da capital, o Portal Nova Noticias, segue com o cana aberto para a reportar a manifestarão do Edimar Paes da Silva.
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