A novela sobre a indicação ao cargo de superintendente do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) no Estado ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira (9). O cargo, que deve ser de um servidor de carreira, virou alvo de uma guerra política entre o PT e o PMDB, comandado pelo governador André Puccinelli (PMDB).
Em meio a tantas acusações, o diretor-geral do Dnit, general Jorge Fraxe, avisou que vai levar o caso para o ministro do Transporte, Paulo Sérgio Passos. A nova confusão começou na manhã desta quinta-feira, quando o provável substituto de Marcelo Miranda no Dnit, José Luiz Vianna Ferreira (assessor de Fraxe), se reuniu com o governador André Puccinelli e a bancada de deputados federais do PMDB, DEM e PSDB.
Ao saber da reunião, o senador Delcídio Amaral (PT) e os deputados Antônio Carlos Biffi (PT) e Vander Loubet (PT) foram até Fraxe para denunciar o possível envolvimento político de Viana com o grupo do governador. Vander explica que o diretor-geral ficou indignado, pois a reunião fere a autoridade dele, já que Viana nem se quer foi nomeado.
O PT defende que a indicação seja de um servidor de carreira e sem envolvimento político, conforme determinação da presidenta Dilma Rousseff (PT). Desta maneira, acredita que a indicação de Viana fica insustentável, já que a reunião, no entendimento de Viana, já compromete esta cláusula. Eu não referendo. É um desrespeito com o general. Antes de ser nomeado ele já se reuniu com o governador.
O deputado Fábio Trad (PMDB) explica que a indicação de Viana não tem qualquer envolvimento político, já que ele é indicado pelo próprio diretor-geral. Ele alega que Viana se prontificou a conversar com a bancada federal depois que o governador e os deputados do Estado disseram a Fraxe que não o conheciam.
Segundo Trad, nesta manhã Viana procurou o governador e a bancada para se apresentar, atendendo a solicitação. Trad afirma que após a reunião, a bancada decidiu apoiar o nome por se tratar de uma pessoa íntegra e de Campo Grande, com conhecimento do Estado.
O caso - A cúpula do Dnit foi punida com demissão em processo administrativo disciplinar no dia 2 de janeiro. Na ocasião, foram demitidos o superintendente, Marcelo Miranda, o chefe do Serviço de Engenharia, Guilherme Alcântara de Carvalho, e Carlos Roberto Milhorim, chefe do Dnit em Dourados.
O engenheiro Carlos Antônio Marcos Pascoal era o indicado da bancada federal de Mato Grosso do Sul para o cargo, mas sua posse foi suspensa depois que o Campo Grande News divulgou que ele passou por investigação no TCU (Tribunal de Contas da União). Pascoal é investigado por irregularidades em três contratos de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na BR-163, na divisa de Mato Grosso com o Pará. A investigação envolve recursos de R$ 500 milhões.
O Dnit está sob o comando interino do engenheiro Antônio Carlos Nogueira, número dois na hierarquia do órgão, desde a demissão de Marcelo Miranda, no início de janeiro.
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