A partir da avaliação registrada pelo Datafolha de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conta com aprovação de 38% dos brasileiros e reprovação de 29% após três meses de mandato, o Palácio do Planalto traçou como estratégia mirar a parcela da população que considera o governo regular.
O resultado da pesquisa foi bem recebido pelo Palácio do Planalto neste fim de semana. Segundo integrante do Planalto ouvido pela reportagem, o foco agora passa a ser a fatia de 30% na zona intermediária.
O ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) afirmou em publicação nas redes sociais que o resultado da pesquisa do Datafolha "mostra a força do novo governo". Segundo ele, Lula "colocou o cuidado ao povo brasileiro em primeiro lugar e a população enxerga isso".
No Planalto, há o entendimento de que as ações tomadas nos 100 primeiros dias do governo, como a retomada dos programas Minha Casa, Minha Vida e Mais Médicos, dialogam principalmente com o eleitorado do governo petista.
Existe a avaliação de que os números do Datafolha mostram que o objetivo de fidelizar esse público foi alcançado.
Quanto aos brasileiros que avaliam a gestão Lula como regular, membros da atual administração consideram que parcela significativa tem uma expectativa positiva quanto ao governo no futuro.
A ideia agora é, com novos programas e ações, atingir esse público para melhorar a percepção que o eleitorado tem do governo Lula.
Na oposição, Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil (governo Bolsonaro) e líder da minoria no Senado, manifestou um entendimento oposto. Ele disse que a pesquisa "comprova, acima de qualquer dúvida razoável, que o governo Lula é um tigre de papel".
"Mesmo com toda a cobertura absolutamente a favor (diferente do começo de Bolsonaro), o governo já está ladeira abaixo. Conclusão: o governo não resiste a uma crise de um mês de críticas. Derrete."
Deputado da base governista, Orlando Silva (PC do B) afirmou que "o Datafolha sobre o início de governo mostra que o país continua polarizado, como, aliás, é visível a olho nu". "Porém, os 38% de ótimo e bom só perdem para o próprio Lula e Dilma 1. 30% de regular é viés de aprovação", afirmou.
O resultado da pesquisa mostra a desaprovação a Lula igual à registrada por Jair Bolsonaro (PL) no mesmo momento de seu governo, em 2019, repetindo assim o que foi o pior desempenho desde a redemocratização de 1985 entre presidentes em primeiro mandato.
Lá, em meio a diversas crises, o ex-presidente marcava 30% de avaliação ruim/péssimo, mas era menos aprovado do que o petista, com 32% de ótimo/bom. Era regular para 33%.
Consideram a gestão de Lula regular agora outros 30%. Não souberam responder 3% --entre os 2.028 eleitores entrevistados pelo instituto de quarta (29) a quinta (30) em 126 cidades. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
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