Foi aprovado pela Câmara dos Deputados um Projeto de Lei que modifica bases do Licenciamento Ambiental no Brasil. Na sessão remota desta quinta-feira (13), o deputado estadual Pedro Kemp (PT) repudiou a proposta, que isenta diversas atividades do licenciamento e torna regra a adoção do autolicenciamento.
“Estamos vivendo um período no governo atual de desmantelamento dos órgãos de fiscalização ambiental e uma certa conivência com os desastres ambientais e desmatamentos. Ao invés da Câmara dos Deputados aumentar o rigor da legislação para haver uma proteção do meio ambiente, estamos caminhando na direção oposta. É lamentável que esteja acontecendo isso. O projeto restringe, enfraquece e até extingue parte importante dos instrumentos de avaliação, prevenção e controle dos impactos socioambientais de obras e atividades econômicas no País. É a pior e mais radical proposta já elaborada pelo Congresso Nacional”, disse Kemp.
O relatório do deputado Neri Geller (PP-MT) dispensa do licenciamento 13 tipos de atividades, como obras dos sistemas e estações de tratamento de água e de esgoto sanitário e de manutenção de infraestrutura em instalações preexistentes, como estradas. Pelo texto aprovado, o cultivo de espécies de interesse agrícola, temporárias, semiperenes, perenes e a pecuária extensiva e semi-intensiva estão dispensados de autorização.
Entre os destaques no texto, está a concessão de licenças por adesão e compromisso, sem a obrigatoriedade de vistorias e relatórios de impactos ambientais. A proposta prevê ainda que apenas serão consideradas no licenciamento ambiental as terras indígenas homologadas. E, igualmente, limita a avaliação de impactos e as medidas preventivas aos territórios quilombolas titulados. Da mesma forma, há restrições à aplicação da legislação sobre Unidades de Conservação e áreas de proteção ao patrimônio histórico e cultural.
“Na prática, esse projeto torna o licenciamento ambiental uma exceção. O Brasil irá retroceder de forma assustadora na proteção ao meio ambiente. A medida irá trazer insegurança jurídica e judicialização. O texto aprovado é tão nefasto, que de uma vez só põem em risco a Amazônia e os demais biomas existentes no Brasil”, lamentou Kemp.
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