pastor Jairo Fernandes não compareceu ao depoimento, marcado para última sexta-feira (18), na Corregedoria da Assembleia. Ele é dono do celular, em que foi gravado a conversa entre os deputados Paulo Corrêa (PR) e Felipe Orro (PSDB), quando houve a suposta "dica de fraude" na folha de pontos dos servidores.
De acordo com a Corregedoria, o pastor que também é autor da denúncia sobre o caso no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), não foi localizado, e a intenção agora é conseguir um novo endereço, para que ele seja convidado a prestar esclarecimentos sobre o fato.
O deputado Maurício Picarelli (PMDB), corregedor da Assembleia, tenta inclusive aprovar na Casa de Leis, mudanças no Código de Ética, para que o órgão tenha poder de convocar testemunhas e investigados, inclusive tendo a disposição, o uso da "condução coercitiva" caso necessário.
Esta alteração ainda está em trâmite na Assembleia, sendo necessário ser aprovado pelos deputados, para depois entrar em vigor. Enquanto isto, o corregedor só pode "convidar" os depoentes. A investigação tem o objetivo de avaliar se houve quebra de decoro parlamentar de Corrêa e Orro.
O Campo Grande News tentou entrar contato com o pastor Jairo Fernandes, mas ele não atendeu as nossas ligações.
Depoimentos - Picarelli já ouviu o deputado Zé Teixeira (DEM), o ex-secretário de Fazenda de Dourados, Walter Carneiro e Sammer Abder Rahman Abdallah, servidor da Casa Civil. O trio relatou que o pastor Jairo Fernandes, queria vender uma "cópia da gravação" ao parlamentar, que recusou a proposta.
O corregedor espera ouvir além do pastor, os dois deputados envolvidos na polêmica, antes de fazer seu relatório sobre caso. Eles podem ser inocentados, ou ser aberto uma comissão disciplinar para avaliar se houve quebra de decoro parlamentar. Neste processo está previsto desde uma advertência, até a cassação de ambos.
Caso - Foi divulgada uma conversa por telefone, entre Paulo Corrêa e Felipe Orro, onde o primeiro alerta o colega sobre a regularização da folha de ponto dos servidores. Ele sugere inclusive, em relação ao pessoal do interior, a criação de uma eventual "folha fictícia" caso fosse necessário, para que não houvesse problemas posteriores.
Esta gravação foi feita no celular do pastor Jairo Fernandes, que emprestou o aparelho a Felipe Orro para retornar a ligação do colega. Ela (gravação) foi divulgada nas redes sociais e se tornou pública, no dia 29 de novembro. Além da investigação interna na Assembleia, existe um inquérito aberto no MPE (Ministério Público Estadual).
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