Militares da ativa das Forças Armadas começaram uma sinalização gradativa de aproximação com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O temor geral dentro dos quartéis é que o atual presidente decida escantear o grupo e diminuir consideravelmente o investimento para a área no Orçamento a partir de 2024. Diante deste cenário, há membros importantes da ativa negociando uma espécie de "lulanização" das FA.
Embora a palavra dê a sensação de aparelhamento das Forças Armadas, não é disso que se trata. Um influente militar ouvido pela coluna explica que, quando se referem ao termo "lulanização" nada tem a ver com militares virando lulistas. "A ideia é ter militares adeptos ao governo no sentido de não fazer oposição e muito menos se intrometer na política da administração", diz.
Os militares sabem que a aproximação perigosa com Jair Bolsonaro (PL) poderia manchar a reputação das Forças Armadas, principalmente no caso do PT retornar ao poder. Por isso, os mais influentes que estão na ativa querem se afastar o mais rapidamente possível do bolsonarismo. Não se trata de uma tentativa de uma faxina geral ou da consciência do papel na Constituição, mas puramente financeiro.
Isso porque, todo militar do Brasil sabe que há um forte grupo dentro do governo que quer escantear as FA a partir de 2024. "Os recursos irão diminuir significativamente, isso já é uma decisão tomada", disse um ministro ouvido pela coluna. É este movimento que os militares do alto comando, mas não os líderes escolhidos por Lula, tentarão impedir.
Na visão do militarismo brasileiro, se eles conseguirem se afastar do bolsonarismo e da política do dia a dia, o presidente não terá porque diminuir a capacidade de investimento. "As Forças Armadas são peça fundamental para o Brasil e elas precisam de espaço no Orçamento", comentou um desses líderes. "Vamos conversar com o presidente Lula e mostrar que somos apolíticos e vamos apoiar legislação neste sentido".
A frase se refere a decisão do governo de enviar uma proposta que obriga os militares na ativa a se desligarem antes de ingressar na carreira política, seja como candidato ou como agente político. A coluna apurou que os principais nomes tanto na Marinha, quanto na Aeronáutica e até no Exército irão apoiar o projeto. "É um mal que vem para o bem", explica uma fonte ouvida. O bem, no caso, é a manutenção do Orçamento milionário para as FA.
Fonte - Portal IG
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