O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, autorizou nesta segunda-feira (15) novas diligências da Polícia Federal contra o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no inquérito que avalia as responsabilidades sobre o colapso da saúde em Manaus, capital do Amazonas.
Entre as autorizações, estão a busca por informações sobre os gastos na compra de cloroquina e hidroxicloroquina, que não tem eficácia comprovada contra a Covid-19, mas são promovidos para uso pelo governo, acesso a e-mails trocados entre a pasta e as secretarias de Saúde locais, e depoimentos com funcionários do Ministério da Saúde, do governo do Amazonas e da prefeitura da capital.
Pazuello é investigado por conta do colapso da saúde em Manaus, que provocou cenas desesperadas no início de janeiro por conta da falta de oxigênio hospitalar e da falta de leitos disponíveis nos hospitais. Foram dezenas de relatos de pacientes, com Covid-19 ou não, que faleceram por não conseguirem respirar.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda quer saber porque os representantes do Ministério da Saúde foram enviados para a capital amazonense apenas na primeira semana de 2021, sendo que o aumento exponencial de casos da doença já era de conhecimento na semana do Natal.
Outro ponto considerado crítico é que a fornecedora de oxigênio, a empresa White Martins, alertou em 8 de janeiro que não estava dando conta de entregar o item por causa da alta demanda e que não conseguiria fazer o fornecimento de maneira a suprir a necessidade. A pasta do governo federal, porém, só começou a enviar oxigênio para Manaus em 12 de janeiro.
Dois dias depois, o Ministério ainda enviou mais de 120 mil unidades dos remédios cloroquina e hidroxicloroquina para o "tratamento precoce" da Covid-19, mesmo que, uma ano após o início da pandemia no mundo, não exista comprovação científica de qualquer benefício das drogas.
Fonte - Ansa
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