O deputado federal Delegado Waldir (PSL-GO), ex-líder do PSL, disse que o governo pagou por votos dos parlamentares em votações consideradas prioritárias, como a aprovação da reforma da Previdência e a eleição de Arthur Lira (PP-AL) como presidente da Câmara.
As declarações foram dadas em entrevistas ao site The Intercept Brasil.
Conforme Waldir, que rompeu com Bolsonaro em meio à crise que levou o presidente a deixar o partido, em novembro de 2019—, cada deputado recebeu o direito de destinar R$ 10 milhões para suas bases eleitorais pelo apoio à eleição de Lira. Já pelo apoio à reforma da Previdência o prêmio foi maior: R$ 20 milhões.
Segundo o site Uol, ele conta ainda que líderes partidários recebiam o dobro dos demais parlamentares.
Arthur Lira disse, por meio de assessores, que só iria se manifestar depois da publicação da reportagem. O deputado, no entanto, ainda não respondeu —o UOL também entrou em contato com o parlamentar. A secretaria de comunicação da Presidência da República e a assessoria do ministro Luiz Eduardo Ramos também não responderam.
Waldir foi um dos primeiros apoiadores de Bolsonaro na classe política. Contudo, a relação teve um rompimento traumático: em uma reunião da bancada no auge da crise entre Bolsonaro e o presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), Waldir chamou o presidente de "vagabundo" e disse que iria "implodir o governo".
O áudio foi gravado secretamente pelo deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), bolsonarista de primeira hora, e vazado.
Segundo o parlamentar goiano, inicialmente as verbas negociadas vinham diretamente do orçamento do Executivo —com a indicação de projetos e obras a serem apoiados nos redutos eleitorais dos deputados. Foi assim que foi negociado o apoio da maioria da Câmara à reforma da Previdência.
Posteriormente, com a criação do chamado orçamento secreto, esses valores passaram a sair das emendas do relator —como são conhecidos os recursos incluídos na rubrica RP9.
O deputado goiano diz que a liberação das emendas é negociada pelos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) —o último hoje se coloca como presidenciável.
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