O decreto revogando o zoneamento da cultura de cana-de-açúcar, publicado pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido), levantou preocupação entre os parlamentares de Mato Grosso do Sul. A produção era proibida em regiões consideradas sensíveis, como a Amazônia e o Pantanal.
Deputados já se posicionaram contra a possibilidade de plantio e produção do setor na área. Os tucanos Rose Modesto e Beto Pereira declararam ser contra o uso da área para produção, assim como os deputados Fábio Trad (PSD) e Dagoberto Nogueira (PDT).
“Na canetada, o presidente Jair Bolsonaro liberou o plantio de cana-de-açúcar em áreas do Pantanal e Amazônia e colocou ao mesmo lado ambientalista, pesquisadores e a indústria sucroenergética, que se posicionaram contra a medida”, disse o deputado Beto Pereira nas redes sociais.
Deputado Fábio Trad afirmou ao TopMídiaNews que é totalmente contra porque a decisão não será benéfica à imagem do etanol no mercado mundial, que regulamenta a expansão sem controle do cultivo em áreas de vegetação nativa. O parlamentar também indicou o fator ambiental.
"Principalmente porque o Pantanal é um santuário ecológico, riquíssimo em história, cultura e beleza, e tem um potencial extremamente grande para o turismo. Apesar de uma biodiversidade menor que a da Amazônia, os animais ali são mais facilmente visíveis", comentou.
Deputada Rose Modesto diz que conversou com a pasta responsável. "Sou contra. Preocupada, falei com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Ela me afirmou que não vai ter plantação de cana-de-açúcar no Pantanal".
O bolsonarista Luiz Ovando foi questionado e disse que não poderia dar opinião por não ter visto sobre o decreto. O corumbaense justificou que passou os últimos dias envolvido com questões da PEC para prisão em segunda instância.
Da Assembleia Legislativa, os deputados petistas Cabo Almi e Pedro Kemp acham a medida perversa e prejudicial ao meio ambiente.
O Decreto
O decreto número 6.961 de 2009 foi revogado ao início do mês. A lei anterior aprovava o zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar e determina ao Conselho Monetário Nacional o estabelecimento de normas para as operações de financiamento ao setor sucroalcooleiro, nos termos do zoneamento.
O novo decreto do presidente está em vigor desde a data de publicação.
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