O capitão da PM (Polícia Militar) Felipe dos Santos Joseph, envolvido em discussão com superior hierárquico que acabou em prisão na semana passada, foi transferido da DRSP (Diretoria de Recrutamento, Seleção e Promoção) da corporação. O desentendimento foi motivado por áudio que culminou em denúncia por homofobia.
O "rival", que deu ordem de prisão, o tenente-coronel Antônio José Pereira Neto, também foi transferido do DRSP, mas promovido a comandante do EIPMMont (Esquadrão Independente de Polícia Militar Montado).
A dança das cadeiras, que envolve outros militares para acomodação geral, foi publicada no Diário Oficial do Estado desta segunda-feira (12).
O capitão Felipe dos Santos Joseph sai da diretoria de recrutamento e passa a integrar o 10ºBPM (Batalhão de Polícia Militar), como subcomandante. Já o tenente-coronel, apesar da prisão ter sido considerada ilegal, acabou promovido. Ele foi transferido e designado para o comando da Cavalaria, conforme portarias assinadas pelo comandante-geral da PMMS, Marcos Paulo Gimenez.
O advogado Anderson Yamada, que representa o capitão, disse que o Joseph não foi designado a nenhum cargo de confiança, enquanto que o tenente-coronel ganhou o comando que acrescenta 13% nos vencimentos, aproximadamente R$ 2,3 mil.
Em nota, a assessoria da PM informou que as transferências já estavam previstas, dentro do planejamento estratégico da Instituição. "Os militares foram destinados para exercerem funções compatíveis com seus postos"
Áudio - O capitão e o tenente-coronel estiveram no centro de polêmica discussão na semana passada, motivadas por áudio considerado homofóbico em grupo de WhatsApp. O teor não foi divulgado, mas era piada de cunho pejorativo e homofóbico, relacionada à caça por Lázaro Barbosa, no interior de Goiás e havia sido repassado pelo tenente-coronel.
Gay, dentro de uma corporação conservadora, o capitão sentiu-se ofendido, declarou sua opinião contrária, saiu do grupo e levou o caso ao MPM (Ministério Público Militar). No dia 8 de julho foi chamado para prestar declarações, supostamente sobre outros motivos, considerou se tratar de coação, negou as respostas e acabou preso por desrespeitar um superior.
No dia 9 de julho, Joseph passou por audiência de custódia e o juiz Albino Coimbra Neto considerou a prisão indevida e não homologou o auto de prisão em flagrante.
O juiz entendeu que não houve desobediência, porque o assunto não tinha relação com o serviço militar. “Deve obediência o policial militar a assuntos de seu ofício militar, unicamente. Por isso, preenchidos os requisitos legais, deixo de homologar o auto de prisão em flagrante delito e determino o relaxamento da prisão”, escreveu o juiz.
Com informações do Campograndenews
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