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18/06/2020 às 08:00, Atualizado em 17/06/2020 às 22:36

Cacique Paulinho Payakan morre aos 67 anos, vítima do coronavírus

Payakan era conhecido internacionalmente como defensor da exploração sustentável da Amazônia. Ele ganhou destaque no Encontro de Povos Indígenas do Xingu, em 1989.

Morreu na noite de terça-feira, dia 16 de junho, o líder indígena Paulinho Payakan, de 67 anos. O indígena estava internado no Hospital Regional Público do Araguaia, no sudeste do Pará, desde o dia 9 de junho, onde recebia tratamento da Covid-19.

O corpo de Paulinho Payakan foi levado para a aldeia de origem, Ulkre, em Ourilândia do Norte. A previsão é que a cerimônia de despedida ocorra ainda nesta terça.

Payakan era conhecido internacionalmente como defensor da exploração sustentável da Amazônia. Ele ganhou destaque no Encontro de Povos Indígenas do Xingu, em 1989.

A Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sespa) lamentou a morte do líder indígena e informou que Paulinho Payakan apresentava o quadro de insuficiência respiratória e resultado positivo para o novo coronavírus.

De acordo com o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) na região Kaiapó, Lázaro Marinho, o órgão está prestando assistência à família de Payakan, que se comprometeu a não realizar o ritual de pinturas no corpo do indígena para evitar risco de contágio pelo novo coronavírus.

"O Dsei está dando apoio à família. Nos termos da Covid, ele deveria ser enterrado imediatamente, mas entendendo que ele é uma liderança Kayapó, nós articulamos com a família que ele fosse enterrado na aldeia Ulkré, que é a aldeia de origem dele", disse Marinho.

Condenado

Em 1992, Paulinho Payakan foi acusado de ter estuprado a estudante Sílvia Letícia da Luz Ferreira. Ele ficou preso preventivamente até 1994, quando foi solto por falta de provas. O Ministério Público Federal entrou com recurso e o indígena, em 1998, acabou sendo condenado a seis anos de reclusão em regime fechado pelo crime. Com a condenação, Payakan deixou sua residência no município de Redenção e passou a morar na aldeia Kayapó Ulkré, em Ourilândia do Norte.

Fonte - G 1

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