Morreu na noite de terça-feira, dia 16 de junho, o líder indígena Paulinho Payakan, de 67 anos. O indígena estava internado no Hospital Regional Público do Araguaia, no sudeste do Pará, desde o dia 9 de junho, onde recebia tratamento da Covid-19.
O corpo de Paulinho Payakan foi levado para a aldeia de origem, Ulkre, em Ourilândia do Norte. A previsão é que a cerimônia de despedida ocorra ainda nesta terça.
Payakan era conhecido internacionalmente como defensor da exploração sustentável da Amazônia. Ele ganhou destaque no Encontro de Povos Indígenas do Xingu, em 1989.
A Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sespa) lamentou a morte do líder indígena e informou que Paulinho Payakan apresentava o quadro de insuficiência respiratória e resultado positivo para o novo coronavírus.
De acordo com o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) na região Kaiapó, Lázaro Marinho, o órgão está prestando assistência à família de Payakan, que se comprometeu a não realizar o ritual de pinturas no corpo do indígena para evitar risco de contágio pelo novo coronavírus.
"O Dsei está dando apoio à família. Nos termos da Covid, ele deveria ser enterrado imediatamente, mas entendendo que ele é uma liderança Kayapó, nós articulamos com a família que ele fosse enterrado na aldeia Ulkré, que é a aldeia de origem dele", disse Marinho.
Condenado
Em 1992, Paulinho Payakan foi acusado de ter estuprado a estudante Sílvia Letícia da Luz Ferreira. Ele ficou preso preventivamente até 1994, quando foi solto por falta de provas. O Ministério Público Federal entrou com recurso e o indígena, em 1998, acabou sendo condenado a seis anos de reclusão em regime fechado pelo crime. Com a condenação, Payakan deixou sua residência no município de Redenção e passou a morar na aldeia Kayapó Ulkré, em Ourilândia do Norte.
Fonte - G 1
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