Publicado em 13/12/2024 às 16:30, Atualizado em 13/12/2024 às 10:53
Suplente de senadora ainda disse que segue exercendo suas funções como presidente do diretório estadual do PL
Aparecido Andrade Portela, o Tenente Portela, presidente estadual do Partido Liberal (PL) em Mato Grosso do Sul e suplente da senadora Tereza Cristina (PP), se defendeu por meio de uma nota nesta quinta-feira (12), após seu indiciamento pela Polícia Federal sob a acusação de articular o financiamento de atos antidemocráticos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023.
Na nota, Portela declara sua inocência e afirma não compactuar com práticas ilícitas ou antidemocráticas e que todos os fatos serão devidamente esclarecidos no decorrer do processo judicial. "Mantenho-me tranquilo quanto aos fatos narrados e confiante de que a justiça demonstrará que não tive qualquer participação nos atos noticiados", declarou.
Portela destacou ainda que, apesar das acusações, segue exercendo suas funções como presidente do diretório estadual do PL em Mato Grosso do Sul e que, no momento, encontra-se em viagem por razões familiares. Ele também se colocou à disposição da Justiça para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais.
A defesa de Portela afirma que ele está sendo acusado injustamente e confia que o processo judicial trará à tona a verdade. "Nosso cliente mantém sua postura íntegra e confiante na justiça, estando à disposição para prestar os esclarecimentos necessários", destacou o advogado Carlos Alberto Correa Dantas na nota.
Indiciamento - De acordo com informações divulgadas pela Agência Brasil, o Tenente Portela foi indiciado pela Polícia Federal ao lado de outros dois militares: Reginaldo Vieira de Abreu, ex-chefe de gabinete do general da reserva Mário Fernandes, e Rodrigo Bezerra de Azevedo, conhecido como "Kid Preto" no Exército. Os três são acusados de participação ativa nos atos golpistas, que incluíram monitoramento de autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O inquérito da PF aponta que Portela teria atuado como um intermediário entre o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e financiadores das manifestações antidemocráticas. Mensagens interceptadas indicam que ele usava códigos para discutir o planejamento, referindo-se, por exemplo, à tentativa de golpe como "realização de um churrasco". A investigação ainda revelou sua preocupação em não ser identificado como organizador, refletindo um ambiente de tensão entre os envolvidos.
Com o indiciamento, o inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado contabiliza agora 40 investigados, incluindo o próprio ex-presidente Bolsonaro e ex-ministros como Braga Netto e Augusto Heleno. (Com informações do site Campo Grande News).