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19/05/2018 às 14:30, Atualizado em 19/05/2018 às 12:32

Policiais comemoram ofensiva contra corrupção na PM e denunciam pressão dos cigarreiros

21 PMs, entre praças e graduados, foram presos suspeitos de integrar 'Mafia dos Cigarros'.

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Foto: Polícia Militar da Casa Verde (Arquivo)

Se engana quem acha que os policiais militares de Mato Grosso do Sul não apoiam a verdadeira ofensiva contra a corrupção na Polícia Militar de MS, que colocou atrás das grades 21 colegas, entre praças e oficiais de alta patente e salários, na última quarta-feira (16).

A maioria dos servidores estaduais militares comemora o golpe que a chamada ‘Mafia dos Cigarreiros’ sofreu, desferido pela própria Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), do MP-MS.

Não é de hoje que esquemas criminosos exploram a fronteira e oferecem atrativos ganhos ilícitos para policiais em Mato Grosso do Sul e muitos aceitam, informa o Midiamax

Nos anos 80 era o descaminho de açúcar, soja e café. Desde os anos 90 é o narcotráfico e, na última década, ganhou força o contrabando de cigarros produzidos no Paraguai. Eles são vendidos muito barato no Brasil porque entram sem pagar a pesada carga tributária do setor.

Para entrar pelo Paraguai, ou pela Bolívia, e chegar aos maiores centros consumidores, como Rio, São Paulo e Minas Gerais, ou seguir em rotas internacionais, os produtos precisam passar pelo território de Mato Grosso do Sul. E aí é que entra a corrupção policial.

Segundo policiais que atuaram na PMR (Polícia Militar Rodoviária) e foram ‘removidos’, conforme afirmam, em represália por não entrarem no esquema, por mês os ganhos dos ‘grupos’ que atendem ao contrabando de cigarro atingem cifras milionárias.

Em abril, a Polícia Federal já havia deflagrado uma operação contra o contrabando de cigarros. A ação foi batizada de “Homônimo”, e atingiu São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo. Em Mato Grosso do Sul foram cumpridos mandados em Naviraí e Iguatemi.

Na época, foram 35 mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária, 45 mandados de busca e apreensão e 32 de bloqueios de bens. A investigação teve início em agosto de 2017, e apontou que a quadrilha sonegava mais de R$ 14 milhões em impostos e faturava R$ 2 milhões com a venda da mercadoria ilegal.

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