A Polícia Civil, por intermédio da DERF (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Roubos e Furtos) deflagrou nesta segunda-feira (20/11), a operação “Impostores”. A ação contou com apoio do GARRAS (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) e teve o objetivo de cumprir quatro mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão domiciliar, de indivíduos que se passaram por policiais civis, para roubar drogas de um homem que atuava como “guarda roupa”.
As ordens judiciais foram expedidas pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande.
Entenda o caso
No dia 18.10.2023, um homem residente no Bairro Aguadinha noticiou inicialmente que sofreu um roubo a residência, ocasião em que teriam sido subtraídos: joias, aparelhos celulares e R$ 15 mil em dinheiro.
Após ser confrontado com várias inconsistências, o homem revelou que, na verdade, atuava como “guarda roupa” (gíria conhecida por guardar drogas para traficantes), escondendo 65 kg de cocaína em sua residência, onde teria sido abordado por indivíduos que se identificaram como policiais civis da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico).
Tais indivíduos usavam roupas operacionais, portavam arma de fogo, algemas e se chamavam entre si de “stive” (forma que um policial se dirige a outro nas ações policiais), bem como utilizavam os veículos VW/Gol de cor vermelha e GM/Ônix de cor prata. Os supostos policiais acabaram realizando revista na casa, oportunidade em que “apreenderam” 65 kg de cocaína e dois aparelhos celulares.
Os autores efetuaram a “prisão” do homem, colocando-o no interior do GM/Ônix, informando que o conduziriam à DENAR. Todavia, os falsos policiais liberaram o homem no Bairro Cristo Redentor e seguiram para local desconhecido em poder da droga e celulares subtraídos.
O homem relatou que somente registrou o boletim de ocorrência noticiando falsamente a subtração de dinheiro e joias, porque estava desesperado em obter imagens de câmeras de segurança na vizinhança e, assim, prestar contas da perda da droga pertencente à facção criminosa, sob pena de ser morto.
A investigação
Após investigação policial, a DERF identificou quatro autores: R.S., de 59 anos de idade, policial militar aposentado; M.J.P.M., de 52 anos de idade, ex-policial militar expulso em 2004; E. L. D., de 48 anos de idade, vigilante; R.R.S., de 25 anos de idade, técnico em agrimensura.
Todos foram indiciados pelas infrações penais de roubo majorado, tráfico de drogas, associação para o tráfico e fingir-se funcionário público.
Durante a investigação, foram apreendidos em poder do grupo: VW/Gol de cor vermelha; GM/Ônix de cor prata; uma algema, 18 kg de cocaína e coletes policiais sem identificação. As buscas foram realizadas, sendo cumpridos até o presente momento dois mandados de prisão preventiva.
Um dos indivíduos também foi preso em flagrante por tráfico de drogas, pois estava na posse de aproximadamente 250 g de pasta base de cocaína. A DERF ainda realiza diligências visando cumprir os dois mandados de prisão remanescentes.
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