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25/09/2025 às 17:00, Atualizado em 25/09/2025 às 18:45

Identificação de vítimas de acidente aéreo no Pantanal pode demorar 3 meses

Procedimento padrão indica coleta de dentes e cabeça do fêmur dos corpos carbonizados

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O arquiteto chinês Kongjian Yu, o documentarista Luiz Ferraz, o diretor de fotografia Rubens Crispim Jr., e o piloto Marcelo Pereira de Barros (Foto/Redes Sociais)

O material genético dos três brasileiros mortos na queda da aeronave no Pantanal foi encaminhado para o IALF (Instituto de Análises Laboratoriais Forenses) em Campo Grande. Também foi feita a coleta com o filho de 8 anos do piloto Marcelo Pereira de Barros, 59 anos.

A reportagem apurou que foram recolhidos dentes das vítimas e, segundo informações obtidas pelo Campo Grande News, o prazo regular do IALF para liberação de identificação por exame de DNA é de cerca de três meses. Porém, por se tratar de caso de repercussão, o tempo deve ser acelerado. Seja qual for este período, a liberação dos corpos somente será feita depois dos exames confirmarem a identificação dos corpos.

Uma das vítimas ainda tinha parte das digitais preservadas. Desde ontem, uma equipe de necropapiloscopia de Campo Grande, especializada em queimados, foi a Aquidauana para tentar coletar material. O corpo seria um dos documentaristas brasileiros, que se sentaram nos bancos traseiros do Cessna 175, prefixo PT-BAN.

“Temos a presunção de quem seja, mas a gente não pode trabalhar com presunção. É preciso entregar o corpo para a família certa”, explicou o delegado regional de Aquidauana, Amylcar Eduardo Paracatu Romero.

O corpo que seria do arquiteto foi armazenado e lacrado, a pedido do consulado, à espera da chegada de familiares. “Vamos aproveitar e fazer a coleta do padrão de DNA”, disse o delegado. Essa etapa deve ser a mais demorada, em razão do visto de urgência solicitado e do tempo de viagem, que pode chegar a 25 horas, com escala na Europa ou no Oriente Médio.

Procedimento - A identificação genética é requisito para a liberação dos corpos, conforme o POP (Procedimento Operacional Padrão) da CGP (Coordenadoria Geral de Perícias). No caso de carbonizados, dentes e cabeça do fêmur são as partes mais indicadas para obtenção de material.

O POP detalha como os médicos legistas devem atuar da chegada do corpo à emissão do laudo final. Casos de violência, como ferimentos por arma de fogo, faca, asfixia, queimaduras ou intoxicação, têm instruções específicas, incluindo fotografias, croquis e, quando necessário, exames radiológicos e toxicológicos.

Em vítimas de queimaduras graves ou carbonização, os peritos recorrem a estruturas mais resistentes ao calor, como dentes e fêmur, para preservar o DNA. Se não houver sangue disponível para alcoolemia, é utilizado o humor vítreo, líquido do globo ocular que resiste mesmo a altas temperaturas. Essas medidas asseguram informações cruciais para identificação da vítima e investigação da causa da morte.

Após a necropsia e a emissão da declaração de óbito, o corpo é entregue à família para sepultamento. O POP prevê que o laudo seja encaminhado à autoridade requisitante em até dez dias. A padronização busca assegurar rigor técnico, uniformidade nos registros e maior confiabilidade nos resultados da perícia.

O protocolo também determina que todo material biológico seja embalado, lacrado e identificado, preservando a cadeia de custódia.

Acidente - O arquiteto e a equipe de documentaristas saíram cedo, na terça-feira, por volta das 7h. O avião fez três sobrevoos em fazendas da região do Pantanal e voltava para o Hotel Barra Mansa depois das 18h, fora do horário permitido na pista, que tem autorização apenas para pouso visual. O pôr do sol ocorreu às 17h39.

“Ele [monomotor] veio com uma performance não muito alinhada para o primeiro pouso e acabou arremetendo”, explicou a delegada Ana Cláudia Medina, responsável pela investigação em Mato Grosso do Sul. Depois disso, segundo testemunhas, a aeronave sumiu do campo de visão e, logo em seguida, viram fumaça e os destroços.

Com informações do Campo Grande News

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Destroços do avião, após o acidente no Pantanal. Foto Reprodução 

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