Publicado em 25/10/2022 às 11:29, Atualizado em 25/10/2022 às 00:36
Ex-deputado diz ter atualmente arsenal entre 20 e 25 armas, mesmo com registro de CAC irregular e que, se quisesse, 'matava os policiais'. Prisão em flagrante foi mantida em audiência de custódia.
O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) disse ter dado 50 tiros contra agentes da Polícia Federal que o prenderam no domingo (23), em sua casa no Rio de Janeiro. A informação foi dada em depoimento à PF, ao qual o g1 teve acesso.
O carregador do fuzil 5.56 mm, usado por ele, comporta 30 balas. Para dar os 50 tiros, ele precisaria trocar de cartucho, segundo apurou a equipe de reportagem.
O ex-deputado diz que atirou na viatura da PF e que não queria atingir os policiais. Também admitiu ter lançado três granadas nos quatro agentes que estavam embaixo da sua casa, em Comendador Levy Gasparian, no interior do estado. Dois agentes ficaram feridos.
Disse também e que, se quisesse, "matava os policiais", mas que não tinha a intenção porque eles não tinham culpa das perseguições contra ele. O ex-deputado também pediu desculpas pelos feridos, pois "não atirou intencionalmente".
Arsenal
Jefferson disse que já teve mais de 100 armas, quando morava em Petrópolis, mas que atualmente tem um arsenal entre 20 e 25 armas – mesmo com registro de CAC irregular. Segundo o ex-deputado, as armas estão em um hotel em Brasília e foram adquiridas legalmente "no mercado".
Por vários momentos, no depoimento, Jefferson disse que "não tinha a intenção de se render", que "só sairia de lá morto", "para o cemitério".
Segundo o advogado Luiz Gustavo Cunha, responsável pela defesa de Roberto Jefferson, o registro de CAC do ex-deputado não está suspenso. Cunha disse ao g1 que a decisão do ministro Alexandre de Moraes determinou a suspensão do porte de armas por Jefferson. A decisão não impede a posse de armas. Ou seja, de acordo com a defesa, ele não poderia transitar com nenhuma arma de fogo, mas poderia ter suas armas dentro de casa.
"O que foi pedido pelo ministro Alexandre de Moraes foi a suspensão dos portes dele e não da posse. Ele não estava portando nenhuma arma, ele estava na posse de suas armas em sua residência", destacou o advogado Luiz Gustavo Cunha
Jefferson foi indiciado pela Polícia Federal por quatro tentativas de homicídio. O indiciamento é referente aos dois agentes que foram feridos com estilhaços durante cumprimento de mandado de prisão e outros dois que estavam numa viatura, mas não chegaram a ser atingidos.
Uma audiência de custódia nesta segunda-feira (24) manteve a prisão em flagrante do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Airton Vieira, juiz auxiliar do gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Com informações do G 1