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24/12/2024 às 10:30, Atualizado em 23/12/2024 às 22:06

“Discurso irresponsável”, diz associação em nota sobre confusão com deputada federal e PM na 14 de julho

'A atuação da Polícia Militar segue critérios técnicos e legais', diz um trecho da nota

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Divulgação Polícia Militar

Um dia após a confusão envolvendo a deputada federal Camila Jara (PT) e policiais militares, durante fiscalização em bares na Rua 14 de julho, em Campo Grande, na madrugada desse domingo (22), a Aspra/MS (Associação dos Praças da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul) emitiu nota de repúdio quanto aos atos da parlamentar, que viralizaram em vídeos e fotos nas redes sociais.

No documento, a associação afirma que Camila “interferiu e instigou pessoas a se oporem ao trabalho de fiscalização realizado pela Polícia Militar”, destacando que a presença dos agentes no local se referia a averiguação de denúncias de perturbação do sossego público e uso de entorpecentes.

“A atuação da Polícia Militar segue critérios técnicos e legais, e disseminar informações errôneas contribui para o enfraquecimento da confiança na instituição e para a desinformação da sociedade. Essa conduta não só deslegitima a autoridade policial, mas também coloca em risco a segurança dos agentes e da sociedade”, afirma.

Além disso, a nota pontua que essa não é a primeira vez que a deputada tem embates direto com policiais militares em eventos, se referindo à outra ação ocorrida durante a pandemia da covid-19, quando restrições eram impostas em eventos com aglomeração de pessoas.

“Infelizmente, não é a primeira vez que nos deparamos com tal postura da referida parlamentar. Quando vereadora, Camila Jara se posicionou de forma semelhante contra uma ação da Polícia Militar em uma festa LGBT, que estava descumprindo as medidas de segurança estabelecidas para conter a disseminação da COVID-19”, destacou.

Por fim, a nota repudia a ação praticada por Camila Jara, ressaltando que a corporação atua em conformidade com a lei, visando garantir a ordem, segurança e a tranquilidade da população. “Atitudes como as da Deputada enfraquecem o trabalho da corporação e promovem um discurso irresponsável, que vai na contramão do respeito às instituições e à cidadania”, finaliza.

Já o 1º Batalhão da Polícia Militar, destacou em nota que o objetivo da equipe era o de coibir a contravenção de perturbação do sossego e trabalho alheio, além do crime de poluição sonora.

“A PMMS recebe diariamente inúmeras denúncias, via 190, de perturbação do sossego e poluição sonora, bem como constatou aumento no número de crimes contra o patrimônio em regiões próximas a esse tipo de estabelecimento. Os proprietários de bares na região da rua 14 de Julho já foram orientados e participaram de reunião com representantes da segurança pública sobre a necessidade de cumprirem os horários e especificações dos alvarás de funcionamento que possuem, bem como sobre as ações da PM nesse caso. Por isso, em eventuais fiscalizações, sempre é pedido a apresentação dos alvarás para garantir o devido cumprimento das prescrições estabelecidas”, disse.

A corporação afirma, ainda, que “não há que se questionar os procedimentos da equipe policial de serviço, que agiu dentro da legalidade, e de forma responsável”. Em vídeo que circula nas redes sociais, Camila Jara aparece questionando policiais militares quanto à presença dos agentes em outros bares da cidade. “Aqui vocês vem? Então vocês estão com preconceito de classe?”, disse a parlamentar aos policiais.

Conteúdo reproduzido do Portal O Estado Online

Outro lado

A deputada federal Camila Jara (PT) se pronunciou após a ASPRA-MS (Associação dos Praças da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul) emitir uma nota de repúdio nesta segunda-feira (23) contra sua atuação durante uma abordagem policial na madrugada de domingo (22), em bares da região central de Campo Grande. A parlamentar negou que sua intervenção tenha sido um ato de confronto com a Polícia Militar e reforçou que sua preocupação é com a defesa dos direitos dos empreendedores e do lazer da população.

“O episódio do fim de semana é apenas um episódio e estão tentando fazer parecer que seja um confronto individual entre a parlamentar Camila e a PM. Isso não existe. O que a gente está brigando é pelo direito de as pessoas empreenderem, gerarem renda, pelo direito do lazer da população”, afirmou a deputada.

De acordo com ela, os bares fiscalizados possuíam alvarás válidos e estavam encerrando as atividades quando a operação policial ocorreu. “Os alvarás têm licença de funcionamento, inclusive até as 4 da manhã, o bar já tinha parado, os dois estabelecimentos já tinham parado com a música”, explicou.

No entendimento da deputada, há uma disparidade nas operações de fiscalização, que se concentram em áreas populares, enquanto outros bares em regiões de maior poder aquisitivo não passam pelo mesmo rigor. “Temos dados que mostram que esses procedimentos ocorrem apenas em determinadas áreas. Se a PM pudesse nos fornecer informações sobre as fiscalizações em bares da elite da cidade, o Bolicho e Bada Bar, enfim, seria interessante”, comentou.

Por fim, a deputada relatou que participou de reuniões com o governador Eduardo Riedel (PSDB), o comandante da PM e empresários locais para buscar soluções que equilibrem o funcionamento dos bares com a manutenção da ordem pública. “Infelizmente, o diálogo não tem funcionado, e os proprietários de bares têm me pedido para acompanhar de perto, evitando abusos”, concluiu.

Rechaçando a atitude da deputada, a ASPRA-MS (Associação dos Praças da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul) divulgou uma nota de repúdio contra a intervenção feita no final de semana. Segundo a associação, a parlamentar agiu de forma indevida em uma operação de fiscalização de alvarás e perturbação do sossego público, instigando os frequentadores a resistirem à atuação policial.

A associação destacou que a fiscalização de estabelecimentos comerciais é um procedimento legal e necessário para garantir a ordem e a segurança da população. “A abordagem policial é uma medida legítima e prevista em lei, visando assegurar a ordem e a segurança pública”, pontuou.

A nota esclareceu ainda que a busca pessoal de mulheres deve ser feita por outra mulher apenas em casos de revista, mas que a ausência de uma policial feminina não impede a realização da abordagem, conforme teria insinuado a deputada. “A busca pessoal deve ser realizada por uma mulher apenas quando houver necessidade de revista pessoal em outra mulher, salvo se isso causar retardamento ou prejuízo à diligência”, informou.

Além disso, a associação apontou que essa não é a primeira vez que a deputada se opõe a operações da Polícia Militar. Segundo eles, um episódio semelhante ocorreu durante seu mandato como vereadora, quando Jara questionou a atuação da PM em uma “festa LGBT” que descumpria medidas sanitárias durante a pandemia de covid-19.

A associação encerrou a nota reiterando seu compromisso com a defesa dos direitos dos policiais e afirmando que as críticas da parlamentar deslegitimam o trabalho da corporação. “Atitudes como a da deputada só enfraquecem o trabalho da corporação e promovem um discurso irresponsável, que vai na contramão do respeito às instituições e à cidadania”, concluiu. (Versão da deputada, via Campo Grande News).

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