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14/09/2018 às 13:38, Atualizado em 13/09/2018 às 23:41

Alegando "ser psicopata", neto é detido por morte de ex-diretora da Fetems

Adolescente de 17 anos e amigo queriam "assassinar alguém".

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Foto: reprodução Correio do Estado

Sob a alegação que é psicopata, o próprio neto da ex-diretora da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), Maria Ildoneia Lima, 70 anos, foi detido nesta quinta-feira (13) por policiais civis do 6º DP (Jardim Tijuca), na região sul de Campo Grande, suspeito do crime.

O jovem de 17 anos foi apreendido junto de um amigo, da mesma idade. Eles foram vistos por uma testemunha deixando a casa no Jardim Leblon, também na região sul, no dia do ocorrido, a noite de 31 de agosto, após matarem Maria a facadas.

Algumas pistas, contudo, alertaram a polícia de que o autor poderia ter laço familiar com Maria. Nada fora roubado da residência e a fechadura da porta da sala da casa, com defeito, só poderia ter sido trancada por quem conhecia o truque.

Neto e amigo tentaram no início desmentir qualquer relação, mas reconhecidos pelo vizinho, confessaram a atuação. O perfil da dupla é diferente dos adolescentes infratores geralmente detidos pela polícia. São articulados, inteligentes, que leem muito. Mas errado. A atração vinha de revistas e livros especializados em assassinos em série, o que fomentou a ideia maligna.

Segundo o delegado Giulliano Carvalho Biacio, o instinto para o assassinato foi brutal. E a motivação, irrelevante. "Eles dizem que acordaram com vontade de matar alguém. E que a vítima foi escolhida por ter brigado com a mãe dele, algo que aconteceu há muitos anos atrás e já estava superado", disse.

Para tentar iludir as investigações, além do crucifixo e o cálice, justamente para enganar sobre um provável ritual satânico, a dupla ainda usou água sanitária e desinfetante para limpar rastros e a arma usada. Frios, após deixarem o cadáver da idosa ao chão, foram passear em um shopping da Capital.

Na casa de ambos a polícia apreendeu artefatos como uma réplica de pistola e um soco inglês, além de diversas facas. Há anos planejavam um assassinato brutal para iniciarem a carreira de "psicopatas". Agora serão encaminhados a uma unidade da Unidade Educacional de Internacional), indiciados por homicídio qualificado.

O CASO

A professora Maria Ildonei de Lima Pedra, 70 anos, foi encontrada morta em sua casa, no Jardim Leblon, em Campo Grande, na noite de sábado (1º). A causa do óbito deve ser revelada após autópsia, prevista para a manhã deste domingo (2).

Militante histórica da educação e dos direitos das mulheres, Maria Ildonei compôs a diretoria da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems) por aproximadamente 20 anos. Exerceu o cargo de secretária-geral adjunta por dois mandatos.

De acordo com a presidente em exercício da Fetems, Sueli Veiga Melo, a professora foi achada já sem vida na cozinha de sua casa, por um filho, no início da noite de sábado. “O portão estava aberto, mas a casa fechada. Os móveis estavam todos revirados”, conta.

Mesmo de fora da direção da Fetems, a professora colaborava no hotel da entidade. “Sempre foi muito participativa, muito ativa. Trabalhava o dia inteiro no hotel”, continua Sueli Melo.

Maria Ildonei era irmã de Maria José de Lima, a professora Zezé, que morreu em julho deste ano. Zezé também militava na educação e foi vereadora pelo município de Camapuã.

Conteúdo - Correio do Estado.

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