Cerca de 100 estudantes brasileiros, que fazem medicina em Cochabamba, na Bolívia, estão sendo impedidos de voltar ao Brasil para o período de férias por causa de problemas nas passagens que foram compradas em uma agência do país. Conforme os universitários, a maioria de Rondônia, ao tentarem fazer chek in para embarcar nas companhias aéreas eles descobriram que todos os bilhetes são falsos e a reserva nunca foi feita.
Segundo as vítimas, após descobrirem que as reservas não existem nas companhias aéreas, eles entraram em contato com o proprietário da agência, porém a empresa fechou as portas e o empresário não atende mais os telefones.
Encerrando o 1º semestre em medicina na cidade Cochabamba na Bolívia, Augusto de Morais de Lima, de 19 anos, morador de Rolim de Moura (RO), na região da Zona da Mata, é um dos brasileiros que acabaram caindo no suposto golpe.
De acordo com o estudante, essa seria a primeira viagem que ele faria com passagens compradas na agência de viagens, porém ao conferir o bilhete na empresa aérea descobriu que a passagem era falsa.
“Depois de termos realizado o pagamento da passagem, o cara nos entregou o comprovante via email com o nosso nome e o número do ticket, só que quando a gente foi pesquisar na empresa área essa passagem já havia sido usado para uma cidade diferente com o nosso destino. Creio que ele falsificou passagens antigas e nos vendeu. Também tem pessoas que dizem que suas passagens foram canceladas”, explica.
Ainda segundo Augusto, apesar de ser a primeira vez que viajaria com passagens adquiridas na empresa, porém o pai dele e outros familiares já tinham utilizado os serviços da agência sem nenhum problema.
“Quando vim para cá junto com meu pai viemos de ônibus, mas quando ele retornou ao Brasil adquiriu a passagem com a agência. Como não teve problemas, indicou para meu tio que estuda aqui. Agora que a maior parte dos estudantes pretende retornar para casa no Brasil. O dono da empresa empresa apagou o Facebook, não responde no Whatsapp, fechou o escritório e sumiu”, relata.
Segundo Paula Melissa, a maior parte das contas utilizadas para o depósito do valor cobrado pelas passagens era brasileira.
“No meu caso o meu pai procurou no sistema da Polícia Civil e descobriu que o proprietário da conta era de Ji-Paraná (RO). Com isso ele sugeriu que assim que eu chegar ao Brasil a gente procure a Polícia Federal (PF) para ver se resolve alguma coisa, tendo em vista que temos cópias da conta que depositamos e o nome completo do rapaz que recebeu”, expõe.
A estudante Thamiris Sá Carvalho, de 27 anos, conta que teve um prejuízo de R$ 1,5 mil ao adquirir as passagens da Bolívia até o Rio de Janeiro (RO), onde sua família reside. Ela também já tinha adquirido na mesma agência o bilhete de volta , após o fim das férias escolares.
“Eu nunca havia comparado passagens com eles, mas por indicação de um amigo meu, que informou que a família dele já compra há seis anos e nunca teve problemas, eu fui e comprei. Os preços estavam bem mais em conta, mas eu sei que em companhia é sempre mais barato, aí eu comprei”, desabafa.
Após o ocorrido, as vítimas criaram um grupo no Whatsapp, onde trocam informações e buscam soluções para suposto golpe, já que alguns compraram bilhetes ainda em 2016.
Fonte - O Globo
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