Buscar

15/02/2021 às 15:01, Atualizado em 15/02/2021 às 14:11

Morre Carlos Menem, ex-presidente da Argentina

O presidente Alberto Fernández decretou três dias de luto nacional

Cb image default
Foto: Reprodução/ Twitter.

Morreu na manhã deste domingo, 14, aos 90 anos, em uma clínica de Buenos Aires, o ex-presidente argentino Carlos Saúl Menem, o político que governou o país por mais tempo sem interrupção (1989-1999).

O ex-chefe do Executivo argentino ocupava o cargo de senador por La Rioja desde 2005 e participou até o ano passado de reuniões virtuais da Casa. Em julho, uma pneumonia o levou a ser internado e desde então seu quadro de saúde vinha piorando.

O presidente Alberto Fernández decretou três dias de luto nacional. “Sempre eleito na democracia, foi governador de La Rioja, presidente da Nação e senador nacional. Durante a ditadura foi perseguido e preso. Todo o meu amor vai para Zulema, Zulemita e todos aqueles que o choram hoje”, escreveu Fernández no Twitter.

Em 1991, sua gestão introduziu a paridade do dólar com o peso argentino em um plano formulado com o seu então ministro da Economia Domingo Cavallo. Ele conseguiu frear a hiperinflação, mas quando deixou o governo o país enfrentou uma séria recessão, que culminou na grave crise de 2001, durante a presidência de Fernando de la Rúa.

Ultraliberal, a gestão Menem promoveu a desregulamentação da economia e a privatização das principais empresas públicas, com inúmeras denúncias de corrupção. O desfecho de sua década de governo, marcada pelo particular gosto por automóveis e relação com celebridades, tornou-o um alvo da esquerda peronista, em particular do kirchnerismo.

Em 2001, ficou preso por quase seis meses, acusado na investigação de venda ilegal de armas para a Croácia e Equador. Em 2018, o processo foi extinto. Em 2015, foi condenado a quatro anos e meio de prisão, sob acusação de pagamento de propina. No ano passado, foi absolvido em um julgamento por encobrir o atentado contra a Associação Mutual Israelita-Argentina, que deixou 85 mortes. Pouco depois, foi condenado a três anos em ação por suposta fraude na venda de um imóvel da Sociedade Rural, em Palermo. Nenhuma dos processos teve sentença definitiva e o mandato como senador lhe garantiu vantagens processuais. De acordo com o jornal La Nación, ele passou os últimos anos em um apartamento no bairro de Belgrano, ao lado de sua filha.

Com informações da Agência Estado

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.