Ao todo, 26 pessoas morreram no ataque a tiros na Primeira Igreja Batista, em Sutherland Springs, uma pequena comunidade da cidade texana de San Antonio, neste domingo (5) - anunciou o governador Greg Abbott em entrevista coletiva, advertindo que o trágico balanço pode aumentar.
"Estamos lidando como o maior tiroteio em massa na história do nosso estado. Há tantas famílias que perderam seus familiares. Pais, mães, filhos e filhas", lamentou Abbott.
"A tragédia, claro, é agravada pelo fato de ter ocorrido em uma igreja, um lugar de adoração, onde essas pessoas foram abatidas inocentemente. Choramos por sua perda, mas apoiamos seus familiares", completou.
O comissário do condado de Wilson, Joe Tackitt, disse à rede NBC que "cerca de 25 pessoas" morreram, e outras dez ficaram feridas.
"O agressor morreu", declarou à AFP um porta-voz do comissário do condado vizinho de Guadalupe, acrescentando que não houve confronto entre ele e a Polícia.
"Estava em seu veículo", contou.
O diretor regional do Departamento de Segurança Pública do Texas, Freeman Martin, disse que o agressor tinha um rifle de assalto e usava um colete à prova de balas.
"Acreditamos que se trate de um jovem branco, talvez com 20 e poucos anos. Ele estava vestido todo de preto e usava um colete à prova de balas", afirmou.
O rapaz foi encontrado morto e estava armado com um "rifle de assalto Ruger AR", completou Freeman.
Embora ainda não tenha sido confirmado pelas autoridades, a imprensa americana identificou o atirador como Devin Patrick Kelley, de 26. O jovem teria sofrido uma baixa desonrosa da Força Aérea.
Falando do Japão, onde se encontra em visita oficial, o presidente Donald Trump condenou o "horrível tiroteio".
"Esse ato de maldade aconteceu no momento em que as vítimas e suas famílias estavam em seu lugar de adoração. Nossos corações estão partidos", declarou o republicano.
Mais cedo, já havia se manifestado pelo Twitter: "Que Deus esteja com o povo de Sutherland Springs, Texas. O FBI & agências da lei estão na cena. Estou monitorando a situação do Japão".
Pelo Twitter, também já haviam prestado sua solidariedade o senador republicano pelo Texas, Ted Cruz, e o governador Abbott.
"Nossas orações vão para todos aqueles que foram afetados por esse ato demoníaco. Nossos agradecimentos às forças da ordem por sua resposta", tuitou Abbott.
Uma das filhas do pastor da igreja batista dessa pequena localidade rural, de 14 anos, está entre os mortos, disse seu pai, Frank Pomeroy, à rede ABC News. O religioso não estava no recinto no momento do ataque.
Uma porta-voz do Connally Memorial Medical Center, nos arredores de Floresville, disse à Fox News que a instituição recebeu "oito pacientes depois do tiroteio", e que três deles foram então "transferidos para o Hospital Universitário de San Antonio", uma das maiores cidades do Texas, cerca de 50 quilômetros ao noroeste.
- Debate sobre armas -
Os disparos começaram às 11h30 locais (15h30, horário de Brasília) na First Baptist Church de Sutherland Springs, informou a emissora KSAT12 em seu portal de notícias.
Segundo o canal, uma testemunha viu um homem entrar na igreja e começar imediatamente a atirar contra os fiéis. De acordo com a imprensa local, cerca de 50 pessoas costumam assistir ao culto nesse horário.
Em 1º de outubro, os Estados Unidos tiveram o pior tiroteio de sua história recente, quando um homem atirou a esmo de um quarto de hotel de Las Vegas, Nevada. Matou 58 pessoas e feriu cerca de 550 das 22 mil que assistiam a um show de música country ao ar livre.
O autor dessa tragédia, o aposentado Stephen Paddock de 64 anos, matou-se após os disparos. Ele conseguiu levar um verdadeiro arsenal para o quarto onde se encontrava instalado, no 32º andar do hotel Mandalay Bay.
O grupo Estado Islâmico (EI)reivindicou o ataque, mas os investigadores não encontraram elementos que permitam sustentar essa hipótese e ainda desconhecem as motivações de Paddock.
O ataque de hoje também acontece dois anos depois que o supremacista branco Dylann Roof entrou em uma igreja historicamente frequentada por fiéis afro-americanos em Charleston, na Carolina do Sul, e matou nove pessoas. Em janeiro passado, Roof foi condenado à pena capital.
Todos os anos, mais de 33 mil pessoas morrem nos Estados Unidos, vítimas das armas de fogo, de acordo com um estudo recente. Desse total, 22.000 são casos de suicídios.
O debate sobre a regulamentação das armas é relançado a cada tragédia, sem que a legislação seja modificada. Parte da explicação está na influência e na pressão exercidas pela Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), o poderoso lobby das armas nos EUA.
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