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08/07/2021 às 17:00, Atualizado em 08/07/2021 às 15:41

Mato Grosso do Sul pode ter menor produtividade de milho da história recente

O clima adverso marcado por estiagem e ocorrências de granizo e geada pode fazer Mato Grosso do Sul ter a menor produtividade de milho segunda safra na história recente. Conforme o Siga-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), as estimativas atuais apontam 52,3 sacas por hectare.

O boletim Casa Rural divulgado pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) detalha que não houve índice tão baixo na série histórica iniciada no ciclo 2013/2014.

Nesse período, o pior resultado foi da safra 2015/2016, quando foram colhidas 58,4 sacas por hectare. Porém, como a área cultivada foi 1,70 milhão de hectares, a produção total alcançou 6,097 milhões de toneladas de milho, menos do que o previsto para este ano, que teve 2,003 milhões de hectares semeados e deve produzir 6,285 milhões de toneladas.

No outro extremo, o ciclo 2019/2020 teve 93,40 sacas colhidas por hectare, em média. Em 1,895 milhão de hectares plantados, foram produzidas 10,618 milhões de toneladas, volume só superado pela safra anterior, 2018/2019, que totalizou 12,157 milhões de toneladas, mas rendeu 93,23 sacas por hectare em 2,173 milhões de hectares de área cultivada.

Para o milho segunda safra 2020/2021, o Siga-MS estimava inicialmente produtividade média de 75 sacas por hectare e produção total 9,013 milhões de toneladas. Mas a estiagem registrada após o plantio e as chuvas de granizo na primeira quinzena de junho motivaram a primeira revisão, para 68,7 sacas por hectare e 8,251 milhões de toneladas.

Porém, o levantamento de campo realizado na última semana de junho verificou os efeitos de geada nas regiões centro, oeste, sul, sudoeste, sul-fronteira, sudeste, “ocorrendo redução drástica na produção”.

“As condições se agravaram em todo o estado devido aos efeitos climáticos de estiagem, granizo e geada. Resultando na quebra de 2,722 milhões de toneladas diante da primeira expectativa de produção”, detalhou o Siga-MS.

Cotações

Apesar da quebra de produtividade e redução do volume produzido, o mais recente boletim Casa Rural revela que as cotações voltaram a registrar ganhos e não sofreram alterações nos primeiros dias de julho.

“O cenário de valorização do cereal no mercado externo somado à redução na oferta possibilitaram a valorização nos preços do milho no Mato Grosso do Sul. Em julho o valor médio foi R$ 84,38/sc, representou alta de 119,28% em relação ao valor médio de R$ 38,48/sc no mesmo período de 2020”, informa.

A publicação reitera, no entanto, “que essas cotações não significam que o produtor está recebendo esses valores, uma vez que há uma escassez de estoques de milho junto ao produtor neste momento e a comercialização antecipada da safra 2021 ainda não é representativa”.

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