A falta de contrastes, que realçam partes do corpo humano durante a realização de diferentes exames, está afetando inúmeros pacientes atendidos pelos hospitais de Campo Grande. Pessoas denunciam a falta de insumo no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, mas o local dispõe da recomendação do Ministério da Saúde para uso racional para controlar estoque.
A substância auxilia na interpretação das imagens e em um diagnóstico mais preciso. Uma leitora informou ao TopMídiaNews que o HU está sem o produto para fazer cateterismo e, ao menos 25 pessoas, estão na fila de espera sem previsão para realizar o exame.
Em contato com o HU, a equipe foi informada que hospitais de diferentes regiões, não apenas Mato Grosso do Sul, mas do país, estão adiando a realização de procedimentos e exames eletivos que necessitam do contrates, como ressonâncias magnéticas, tomografias e cateterismo. Com estoque reduzido, as unidades reservam a substância para casos de urgência e emergência.
O hospital destacou que a escassez do contraste se dá por dois motivos, sendo um deles a queda na produção do contraste na China, principal fornecedor para a indústria brasileira.
O Ministério da Saúde admitiu um "grave risco de desabastecimento de meios de contraste imprescindíveis para a realização de exames e procedimentos" e pediu o uso racional do insumo. Em nota, o lockdown é apontado como causa da redução de produção dos fornecedores.
"A interrupção nas cadeias de suprimento, produção e distribuição ocorre principalmente por consequência da pandemia da COVID-19, na China, uma vez que medidas de lockdown foram decretadas localmente, impactando na cadeia de produção das indústrias chinesas", diz a nota do Ministério da Saúde.
A fábrica de Xangai havia sido afetada, mas, desde o início do mês de junho, retomou em 100% a capacidade de produção. No entanto, devido à escassez no mercado internacional, ainda há a dificuldade no atendimento e normalização da relação entre oferta e demanda.
Mas, recentemente, com a guerra na Europa, entre a Rússia e Ucrânia, o mercado mundial sofreu consequências e novamente a aquisição do produto sofreu interferências.
"Todos os exames que necessitam de contraste estão prejudicados. Não temos nada no mercado nacional que supra essa falta. O Ministério da Saúde orienta em quais casos devem ser utilizados o contraste, e esses são atendidos", informou o HU.
Em nota, o Ministério da saúde pontua em quais casos devem ser utilizados o contraste:
"Priorizar pacientes de maior risco cardiovascular e casos de urgência e emergência; minimizar o uso de contraste sem comprometer a qualidade de exame.
Em casos de procedimentos terapêuticos que possam ser realizados utilizando-se a guia de um método adjunto, dar preferência àquele(s) que não utilize(m) contraste.
Abreviar e racionalizar protocolos técnicos para reduzir a quantidade de contraste utilizado;
aumentar a diluição do contraste, quando possível; considerar a utilização de contraste com CO2, quando possível; adequar a agenda de procedimentos eletivos conforme o estoque disponível e o histórico de utilização.
Em conclusão, considerando o grave risco de desabastecimento de meios de contraste imprescindíveis para a realização de exames e procedimentos no âmbito da saúde, solicitamos o apoio das mais diversas organizações desse setor, para haver a sensibilização sobre a importância de se otimizar o uso desses insumos, considerando as recomendações aqui apresentadas, até que se normalize o fornecimento desses produtos", diz trecho da nota.
O governo federal prevê que a situação deve começar a ser regularizada apenas no final de setembro, mas ressalta que isso depende do mercado chinês.
Com informações do TopmidiaNews
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