Publicado em 18/09/2022 às 16:04, Atualizado em 18/09/2022 às 12:28

Falta insumo para exames no HU; Ministério da Saúde culpa guerra e lockdown

Ministério da Saúde determinou recomendações para uso racional de produtos

Redação,

A falta de contrastes, que realçam partes do corpo humano durante a realização de diferentes exames, está afetando inúmeros pacientes atendidos pelos hospitais de Campo Grande. Pessoas denunciam a falta de insumo no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, mas o local dispõe da recomendação do Ministério da Saúde para uso racional para controlar estoque.

A substância auxilia na interpretação das imagens e em um diagnóstico mais preciso. Uma leitora informou ao TopMídiaNews que o HU está sem o produto para fazer cateterismo e, ao menos 25 pessoas, estão na fila de espera sem previsão para realizar o exame.

Em contato com o HU, a equipe foi informada que hospitais de diferentes regiões, não apenas Mato Grosso do Sul, mas do país, estão adiando a realização de procedimentos e exames eletivos que necessitam do contrates, como ressonâncias magnéticas, tomografias e cateterismo. Com estoque reduzido, as unidades reservam a substância para casos de urgência e emergência.

O hospital destacou que a escassez do contraste se dá por dois motivos, sendo um deles a queda na produção do contraste na China, principal fornecedor para a indústria brasileira.

O Ministério da Saúde admitiu um "grave risco de desabastecimento de meios de contraste imprescindíveis para a realização de exames e procedimentos" e pediu o uso racional do insumo. Em nota, o lockdown é apontado como causa da redução de produção dos fornecedores.

"A interrupção nas cadeias de suprimento, produção e distribuição ocorre principalmente por consequência da pandemia da COVID-19, na China, uma vez que medidas de lockdown foram decretadas localmente, impactando na cadeia de produção das indústrias chinesas", diz a nota do Ministério da Saúde.

A fábrica de Xangai havia sido afetada, mas, desde o início do mês de junho, retomou em 100% a capacidade de produção. No entanto, devido à escassez no mercado internacional, ainda há a dificuldade no atendimento e normalização da relação entre oferta e demanda.

Mas, recentemente, com a guerra na Europa, entre a Rússia e Ucrânia, o mercado mundial sofreu consequências e novamente a aquisição do produto sofreu interferências.

"Todos os exames que necessitam de contraste estão prejudicados. Não temos nada no mercado nacional que supra essa falta. O Ministério da Saúde orienta em quais casos devem ser utilizados o contraste, e esses são atendidos", informou o HU.

Em nota, o Ministério da saúde pontua em quais casos devem ser utilizados o contraste:

"Priorizar pacientes de maior risco cardiovascular e casos de urgência e emergência; minimizar o uso de contraste sem comprometer a qualidade de exame.

Em casos de procedimentos terapêuticos que possam ser realizados utilizando-se a guia de um método adjunto, dar preferência àquele(s) que não utilize(m) contraste.

Abreviar e racionalizar protocolos técnicos para reduzir a quantidade de contraste utilizado;

aumentar a diluição do contraste, quando possível; considerar a utilização de contraste com CO2, quando possível; adequar a agenda de procedimentos eletivos conforme o estoque disponível e o histórico de utilização.

Em conclusão, considerando o grave risco de desabastecimento de meios de contraste imprescindíveis para a realização de exames e procedimentos no âmbito da saúde, solicitamos o apoio das mais diversas organizações desse setor, para haver a sensibilização sobre a importância de se otimizar o uso desses insumos, considerando as recomendações aqui apresentadas, até que se normalize o fornecimento desses produtos", diz trecho da nota.

O governo federal prevê que a situação deve começar a ser regularizada apenas no final de setembro, mas ressalta que isso depende do mercado chinês.

Com informações do TopmidiaNews