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23/06/2021 às 15:00, Atualizado em 23/06/2021 às 14:44

Em MS, quase 70 familiares doaram material genético para campanha nacional de desaparecidos

A Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas foi realizada, pela primeira vez em todo o país, entre os dias 14 e 18 de junho.

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Divulgação

Ação inédita coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) coletou, em todo o Brasil, material genético de 1.620 famílias que têm algum parente desaparecido. Em Mato Grosso do Sul foram coletadas amostras de 67 familiares, de 37 desaparecidos.

A Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas foi realizada, pela primeira vez em todo o país, entre os dias 14 e 18 de junho. Os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás e Minas Gerais foram os que tiveram maior adesão durante o período da campanha.

Um dos objetivos da iniciativa, em parceria com as Secretarias Estaduais de Segurança Pública, foi de incentivar os familiares a fazerem a doação do material genético, para inclusão no Banco Nacional de Perfis Genéticos. Dessa forma, com a tecnologia disponível, é possível identificar vínculos genéticos entre as pessoas cadastradas no banco.

“Neste ano de 2021 já são mais de 400 registros de desaparecimentos no estado e, essa campanha do Ministério da Justiça e Segurança Pública, é uma forma de darmos uma resposta às famílias que vivem esse drama”, afirma o secretário Adjunto de Justiça e Segurança Pública, coronel Ary Carlos Barbosa.

Hoje, o Banco Nacional de Perfis Genéticos tem 4.047 restos mortais não identificados e material genético de 3.145 parentes de pessoas desaparecidas. Em todo o estado de Mato Grosso do Sul são 89 ossadas humanas sem identificação.

Para o coordenador-geral de Pesquisa e Inovação da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), João Ambrósio, a campanha atingiu seu propósito.

"Não somente pelo número de famílias, mas também porque criou uma consciência coletiva. Foi uma ação que trouxe para o conhecimento público, para a mídia, a importância dessa causa e os esforços que o Ministério da Justiça e Segurança Pública tem feito para implementar a lei de busca de pessoas desaparecidas", destacou Ambrósio.

A diretora do Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (IALF), Josemirtes Prado da Silva explica que os 13 postos de coleta implantados em Campo Grande e no interior do estado para a Campanha, darão prosseguimento à coleta. “Seguimos com a coleta e as famílias podem ir a um dos postos na capital ou no interior para o fornecimento de material genético, que é rápido, fácil, indolor e sem qualquer custo para as famílias”, explica.

Material coletado

Após a coleta, o DNA será enviado para o laboratório de genética forense da instituição de perícia oficial do seu estado, onde será analisado e o perfil genético obtido será enviado ao Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG). No BNPG, o perfil genético coletado será comparado com os perfis de pessoas de identidade desconhecida, de pessoas que buscam por seus familiares e de restos mortais não identificados.

O perfil genético da família só vai ser retirado do banco após a identificação do seu parente. Isso permite com que novas buscas possam ser feitas a medida que os cadáveres e as pessoas de identidade desconhecida sejam cadastrados no banco.

Se a pessoa que desapareceu for encontrada, a família será avisada pela Delegacia ou Instituto Médico Legal. O perfil genético permanece no banco até que o desaparecido seja identificado.

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