A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou na sexta-feira (25) que a conta de luz seguirá com a taxa extra mais elevada em julho.
A bandeira tarifária está na cor vermelha patamar 2. Até então, eram cobrados neste patamar R$ 6,24 a mais a cada 100 quilowatts/hora (kWh) consumidos. No entanto, a diretoria da Aneel se reunirá na próxima terça (29) para definir o valor.
Segundo o diretor-geral da agência, André Pepitone, a bandeira vermelha 2 terá reajuste superior a 20%, ultrapassando R$ 7,50.
Em junho, a bandeira tarifária já vigorou na cor vermelha patamar 2. A decisão foi tomada em meio a um cenário de baixo nível de reservatórios.
"Julho inicia-se com mesma perspectiva hidrológica desfavorável, com os principais reservatórios do SIN [Sistema Interligado Nacional] em níveis consideravelmente baixos para essa época do ano, o que sinaliza horizonte com reduzida capacidade de produção hidrelétrica e elevada necessidade de acionamento de recursos termelétricos", explicou a Aneel em nota.
Reservatórios baixos
A manutenção da bandeira vermelha 2 nas contas de luz é reflexo do baixo nível de reservatórios. De acordo com o governo, o último período chuvoso, de novembro de 2020 a abril de 2021, foi o mais seco em 91 anos.
Com isso, os reservatórios de armazenamento de água das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste – que respondem por 70% da capacidade de geração de energia do país – ficaram em níveis muito baixos.
Atualmente, estão em cerca de 30%, podendo cair para 10% até novembro, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Para evitar o esvaziamento completo dos reservatórios e garantir o fornecimento de energia, as usinas termelétricas têm sido acionadas. Porém, são mais poluentes e mais caras se comparadas às usinas hidrelétricas.
O aumento no custo da geração de energia é repassado para os consumidores através das bandeiras tarifárias.
Apesar do baixo nível dos reservatórios e da baixa perspectiva de chuvas para os próximos meses, o governo descarta apagão e racionamento de energia em 2021.
Como funciona o sistema de bandeiras tarifárias
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 para sinalizar o custo de geração de energia.
A bandeira fica na cor verde quando o nível dos reservatórios está alto e não há necessidade de acionamento extra de usinas térmicas. Nesse caso, não há cobrança adicional na conta de luz.
Com os reservatórios baixos, a perspectiva é de alta no custo da energia já que exige o acionamento de mais térmicas. Assim, a bandeira pode passar para as cores amarela e vermelha (patamar 1 ou 2), em que há o custo extra.
O objetivo do sistema de bandeiras é informar aos consumidores quando o custo de produção de energia aumenta e permitir que eles reduzam o uso para evitar pagar uma conta de luz mais cara.
Antes do sistema de bandeiras, o custo do acionamento das térmicas era repassado atrasado, somente no ajuste anual das tarifas, o que acarretava na cobrança de juros e correção monetária, penalizando o consumidor.
Fonte - G 1
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