Entender a vida ‘conectada’ do/a jovem e o que leva a se 'fechar' em quartos por dias, semanas ou mais, imerso no mundo virtual, assistindo séries, vídeos, conversando com ‘alguém’ ou em jogos eletrônicos, não é tarefa fácil. Muitas vezes, nem mesmo essa interação online existe, o que evidencia o preocupante grau de isolamento social, a culpa não é da tecnologia e sim dessa prática exagerada que vicia e faz mal.... Buscando definição no dicionário – Isolamento - estado da pessoa que vive isolada, que se pôs ou foi posta à parte. E solidão - estado de quem está só, retirado do mundo ou de quem se sente desta forma mesmo estando rodeado por pessoas. É preciso diferenciar uma coisa da outra, pois o isolamento está ligado a fatores físicos e pode ser um elo para a solidão, embora aqui no texto a apresentação é superficial, mas há estudos aprofundados sobre o assunto. Mediante a isso, é importante enfatizar que não há um único motivo que leve ao retraimento social, ele pode ser resultado de vários acontecimentos.
Pesquisadores e dados apontam, que os/as adolescentes lideram o ranking de uso de celulares e internet. Segundo o IBGE, entre as 183,3 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade no país, 143,5 milhões (78,3%) utilizaram a internet nos últimos três meses. Isso evidencia o quanto a internet está inserida nos lares brasileiros e o seu poder de persuasão. É importante entender que a influência da tecnologia não causa o isolamento social, mas é capaz de reforçar a falsa sensação de estar acompanhado. Embora alguns adultos acham importante que as crianças saibam mexer no celular, para os psicólogos "isso não é motivo de orgulho, pelo contrário, é motivo de preocupação!". Apesar da geração tecnológica ser estimulada para o uso dessa ferramenta que auxilia no desenvolvimento intelectual, é necessário cuidado, ela pode esconder sérios problemas, inclusive para o desenvolvimento neurológico e fisiológico. De acordo com Moraes et al., o primeiro a usar o termo dependência de internet foi Goldberg, em 1995, que a definiu como uma categoria diagnóstica compulsiva e patológica.
Entretanto, esse tempo passado diante das telas esconde um perigo que surgirá com intensidade na adolescência, antes os pais preferiam que estivesse conectado/a, depois de um tempo preferem que esteja desconectado/a, pois já não conseguem saber o que seu/sua filho/a de fato está fazendo dentro do quarto. Por isso, dosar o uso desse tempo desde muito cedo é a melhor solução, principalmente porque o isolamento tem aumentado, com a pandemia da Covid 19, e já está sendo aceito como ‘normal’. Conclui-se que essa forma de inserção tecnológica modificou um pouco a maneira como a família se reúne, mas não pode superar o diálogo e a participação afetiva na vida do/a adolescente. Segundo Dumazedier “à conversação não morreu, mas mudou com a crescente entrada da tecnologia digital na vida das pessoas e assim surgem novos problemas sociais e comportamentais”, porém a tecnologia está aí para auxiliar e não dominar o SER.
LOPES, Rosalina Ramos, Formada em Letras pelas FINAN/FALENA, Pedagogia FINAN/ FENA e Psicopedagogia IESNA, Pós-Graduação em Deficiência Auditiva: Tradução e Interpretação em Libras IESF, subárea Análise do Discurso, pela UEMS.
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