Muricy Ramalho voltou a comandar o Santos após duas partidas afastado, devido a uma diverticulite que o fez ficar internado. Nesta quarta-feira, ele comandou a vitória da equipe por 2 a 0 sobre o Flamengo-PI, pela Copa do Brasil. E o tempo afastado o fez pensar seriamente em encurtar a carreira por motivos de saúde.
"Com certeza vou ter de abreviar minha carreira, afirmou Muricy, em entrevista coletiva na Vila Belmiro. "Fiquei muito abatido, porque o que tive foi um pouco sério, eu fiquei quase um dia e meio sem alimentação e água. Foi terrível. Esse momento faz repensar, e vou ter de abreviar. É muito desgastante. Tenho muito tempo pra viver, quero ficar mais com a minha esposa, meus filhos, tive medo, não de me deixar trabalhar, porque sou batalhador, não desisto nunca", completou o comandante.
O técnico, que pelo Santos já conquistou a Libertadores da América e o Campeonato Paulista (duas vezes), não especificou em quanto tempo encurtará sua carreira. Mas deu a entender que a decisão poderá, sim, ser tomada já no fim deste ano. Ao ser questionado se, a partir de agora, diminuirá um pouco sua rotina, disse que é impossível.
"Não dá para mudar. Tenho contrato até o fim do ano. Tenho que trabalhar, estar aqui todo dia. Não tem como mudar, não tem chance. Eu vou ter que acalmar um pouco, o que é difícil, e caprichar nas outras coisas, com a alimentação. O estresse é complicado, eu dirijo time grande. A gente vive isso aqui 24h por dia. Não desliga nunca. Não vai dar para mudar, vou ter que aguentar e lutar até o fim do ano pelo menos", disse.
O técnico foi internado no último dia 5, com um quadro de diverticulite (inflamação no intestino grosso). Ficou internado durante dois dias em um hospital na capital paulista, até receber alta. Ficou mais alguns dias afastado, até se recuperar totalmente, e não comandou o Santos nos dois últimos jogos da equipe.
"Hoje está tudo bem, mas quando eu tive o problema fiquei preocupado. A gente fica muito longe da família, esposa, e aí quando você vai ao hospital, você fica pensando: a gente não vive nunca com a família, praticamente moro no CT. Fiz um monte de exames, tomei soro... Tudo bem, o futebol me deu muita coisa, mas também me tira muito, demais! E a gente pensa muito se vale à pena tudo isso", completou.
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