No Fluminense, a goleada sofrida para o Corinthians por 5 a 0, na Neo Química Arena, nesta quarta-feira, não pode ser deixada para trás tão fácil assim, como parece ter acontecido com o primeiro tempo do clássico contra o Flamengo, na rodada anterior do Campeonato Brasileiro. Com a mesma escalação e os mesmos problemas, o Tricolor não conseguiu "vencer na conversa" desta vez no que provavelmente foi o pior jogo da equipe nesta temporada.
Apesar da vitória expressiva de virada no clássico, nas entrevistas após a partida, Ailton Ferraz e os jogadores mostraram que o papo durante o intervalo ajudou a virar a chave para o domínio na segunda etapa. Portanto, mesmo com o resultado admirável, o Fluminense não se livrou completamente de algumas dificuldades mostradas nas partidas contra Vasco, Atlético-GO e São Paulo: a lentidão, falta de mobilidade, criatividade em baixa e transições debilitadas. Mesmo assim, a decisão foi por manter o meio pesado com Yuri, Yago Felipe e Hudson, posteriormente substituído pelo também devagar Nenê.
E o resultado foi visto com ainda mais clareza contra uma equipe encaixada e eficiente, que se aproveitou dos erros e espaços para ganhar confiança na briga pela Libertadores. Espaços, inclusive, que formaram verdadeiras avenidas, abertas para os jogadores do Corinthians passarem com tranquilidade, especialmente pelo lado de Danilo Barcelos e entre os volantes. Estes que deveriam formar a trinca para dar mais estabilidade defensiva e qualidade na saída ao ataque, mas não resolvem nenhum dos dois.
De acordo com números do "SofaScore", o Fluminense terminou com 43% de posse de bola. Foram 13 finalizações, sendo duas no gol, cinco para fora e seis travadas, sem nenhuma grande oportunidade e três defesas feitas pelo goleiro Cássio. Além disso, com 374 passes (83% de precisão), a equipe fez apenas 10 interceptações contra 22 do Corinthians, e nove desarmes.
A solução pode estar em jovens da base, como André e Martinelli no meio, ou em mudar a formação e a estratégia de jogo. Seja como for, precisará ser encontrada o quanto antes. Com apenas dois dias de descanso e preparação, o Fluminense já volta a entrar em campo no próximo sábado, contra o Sport, no Estádio Nilton Santos. Este é só o segundo da maratona que o Tricolor terá nas três próximas rodadas, com poucos dias de descanso.
- Na vida você tem que saber onde você está entrando. Me sinto responsável, mesmo que não estivesse à frente. Não vou tirar minha culpa. A gente acerta e erra. Hoje foi anormal. Não temos que achar que está tudo errado, mas dá para consertar. Não erra um só, todos erramos. Ficamos tristes. Viemos de uma derrota importante sobre um rival e temos uma partida como essa - analisou Ailton em entrevista coletiva.
Com uma média de 2,3 dias de intervalo até o clássico com o Botafogo, em 23 de janeiro, o Fluminense espera voltar aos trilhos o quanto antes e terá Marcão de volta ao comando para tentar a retomada. Além disto, o treinador poderá contar com Felippe Cardoso novamente e espera para saber se terá Marcos Paulo e Luiz Henrique. A partida contra o Sport será às 19h, no sábado, pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro.
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