A Fifa decidiu se calar sobre a possível manipulação de resultados praticada pela seleção de Camarões na fase de grupos da Copa do Mundo.
Derrotada por Brasil, Croácia e México na primeira fase do Mundial, a equipe africana tem sido investigada por sua federação nacional, a Fecafoot, sobre suspeita de fraude.
A maior suspeita recai sobre a goleada por 4 a 0 sofrida ante os croatas, na segunda rodada. O resultado eliminou os camaroneses da Copa com um jogo de antecipação.
"Não fazemos comentários sobre investigações de manipulação de resultados para não prejudicar qualquer informação. Somente depois de uma decisão, é que a Fifa poderá comentar", disse a porta-voz da entidade, Delia Fischer.
As denúncias contra Camarões vieram do fraudador condenado Wilson Raj Perumal, que previu com precisão em um debate com a revista alemã Der Spiegel o resultado e a expulsão de um jogador -Song ainda no primeiro tempo da partida contra os croatas.
O volante do Barcelona foi expulso após dar uma cotovelada nas costas de Mario Mandzukic. O jogo também foi marcado por um incidente perto do fim, quando Benoit Assou-Ekotto deu uma cabeçada no companheiro de equipe Benjamin Moukandjo.
"Denúncias recentes de fraude em torno dos três jogos de Camarões na Copa do Mundo 2014, em especial em Camarões x Croácia, assim como a existência de sete maçãs podres [em nossa seleção], não refletem os valores e princípios promovidos por nossa administração", disse um comunicado da Fecafoot.
"Queremos informar o público em geral que, embora ainda não contatada pela Fifa sobre esse assunto, nossa administração já instruiu o Comitê de Ética para investigar mais a fundo essas acusações", acrescentou a federação.
"Estamos fortemente comprometidos a lançar mão de todos os meios necessários para resolver essa questão perturbadora sem demora", completou o presidente interino da Fecafoot, Joseph Owona.
Além da derrota para a Croácia, Camarões também perdeu para o México por 1 a 0, no dia 13 de junho, em Natal, e para a seleção brasileira por 4 a 1, em Brasília, no dia 23 de junho.
O jogo contra o Brasil, aliás, havia sido classificado pelo diretor de segurança da Fifa, Ralf Mutschke, como de "risco maior" de manipulação pelo fato de os camaroneses já estarem eliminados do Mundial.
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