Após as mudanças anunciadas pela Petrobras, o cenário indica queda no preço do combustível em todo o País. Em contrapartida, ainda não se sabe se esta redução chegará ao consumidor. Com a nova política do governo de aumentar tributos, também abre as chances para uma alta da Contribuição de Intervenção no Domício Econômico (Cide), tributo que incide nos combustíveis.
Essa possibilidade tem preocupado o Banco Central. Segundo divulgado pelo jornal Estado de São Paulo,o presidente do BC Ilan Goldfajn, estaria se movimentando para evitar que o aumento seja aprovado. Para o banco, este seria o pior tributo para ser elevado no momento. O banco se comprometeu em manter a inflação no centro da meta de 4,5%. A Cide impactaria neste objetivo, uma vez que o tributo é imediatamente repassado ao consumidor e permeia toda a cadeia produtiva.
Já para o diretor-técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio Pádua Rodrigues, com a operação inversa – de reduzir o preço da gasolina nas distribuidoras e o aumento da Cide – o governo aumentaria a arrecadação sem não gerar inflação e ainda sinalizaria com a “tributação ambiental” da gasolina via Cide. “A partir do momento em que Petrobras decidir que não vai mais importar gasolina e que isso vai ser feito pelas distribuidoras, o preço cai. O que falta agora? Aproveita a oportunidade de colocar imposto ambiental, dar o diferencial tributário sem impactar inflação com o aumento da arrecadação”, afirmou.
O Sindicato do Comércio Varejista de Combustível, Lubrificante e Lojas de Conveniência de MS (Sinpetro/MS) tem acompanhado com atenção estas últimas notícias. Conforme o consultor técnico Édson Lazaroto, as duas possibilidades existem: tanto a de queda no preço dos combustíveis com a abertura do mercado de refino quanto do reajuste da Cide. “A Petrobras tem sofrido uma grande pressão, então a tendência é de baixa nos próximos meses. Estamos apostando nisso uma vez que não podemos mais pagar essa conta”.
Fonte - Correio do Estado
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