Todos os efetivos animais brasileiros cresceram em 2018, exceto o rebanho bovino, que diminuiu 0,7%, o equivalente a 1,5 milhão de cabeças a menos na comparação com 2017.
É a segunda queda consecutiva após atingir patamar recorde em 2016.
Mesmo assim, o país possui o maior rebanho comercial bovino, com cerca de 213,5 milhões.
Mato Grosso respondeu por 14,1% do total nacional, mas o município com maior rebanho foi São Félix do Xingu, no Pará.
Os dados são da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada hoje pelo IBGE. O crescimento do abate e o recorde na exportação de carne bovina, em 2018, contribuíram para a redução no efetivo bovino, que ocorreu nas regiões Sul (-3,3%), Sudeste (-1,2%) e Centro-Oeste (-0,4%).
O rebanho cresceu 0,2% no Norte e Nordeste.
Segundo a gerente da PPM, Angela Lordão, a queda no rebanho pode ser influenciada pelo aumento do abate de matrizes nos últimos anos.
"A questão é que a pecuária de corte tem ciclos de alta e baixa. Então, em alguns anos, principalmente devido ao preço do bezerro e ao preço da arroba, ocorre um descarte maior de fêmeas.
Isso aconteceu em 2006 e 2007, depois voltou a acontecer a partir de 2012. Estamos vendo agora um novo ciclo de baixa que começou em 2017", disse.
O crescimento de bovinos em São Félix do Xingu, nos últimos 10 anos, foi de 18% e em 2018 o rebanho do líder na pecuária totalizava 2,3 milhões de animais.
O segundo e terceiro maiores rebanhos pertenciam aos municípios de Corumbá e Ribas do Rio Pardo, ambos no Mato Grosso do Sul.
Em termos de crescimento do efetivo entre 2008 e 2018, destacaram-se dois municípios localizados paraenses, Novo Repartimento (142,3%) e Marabá (102,7%).
A analista da pesquisa Mariana Oliveira ressaltou que o Centro-Oeste lidera, desde 1981, a produção de bovinos, porque a região mostrou-se bioclimaticamente favorável e, também, por questões econômicas, como escoamento e logística.
"Para o nicho de bovinos que precisa de espaço, logística e escoamento, o Centro-Oeste e o Norte tem aptidão para esse tipo de criação, por isso tem esse crescimento.
Norte e Centro-Oeste sobem de maneira semelhante, mas o Norte começou com efetivos bem menores", explicou.
A pesquisa mostra também que a produção de leite voltou a crescer – 1,6% após retração de 1,1% em 2017 – chegando a 33,8 bilhões de litros com valor de produção de R$ 39,3 bilhões.
A produtividade nacional de leite ultrapassou a barreira dos 2 mil litros por vaca ao ano.
A região Sul seguiu na liderança da produtividade nacional, com 3.437 litros por vaca ao ano.
Já a produção de ovos de galinha alcançou 4,4 bilhões de dúzias, o patamar mais alto já registrado, gerando um rendimento de R$ 14, bilhões.
O estado de São Paulo foi o maior produtor nacional, responsável por 25,6% do total.
Outro item pesquisado foi a piscicultura, que atingiu 519,3 mil toneladas em 2018, aumento de 3,4% em relação ao ano anterior, o que gerou um valor de produção para a atividade de R$ 3,3 bilhões.
Desde 2016, o Paraná assumiu a liderança do ranking de estados. Nova Aurora (PR) foi o principal município produtor, seguido de Aparecida do Taboado (MS), Glória (BA) e Morada Nova de Minas (MG).
A produção de mel chegou a 42,3 mil toneladas, equivalente a um aumento de 1,6% na produção nacional, com valor de R$ 502,8 milhões.
A região Sul foi a principal produtora (39%), seguida pelo Nordeste (34%). No ranking dos estados, o Rio Grande do Sul produziu 15,2% do total nacional, seguido por Paraná 14,9% e Piauí 12,3%.
Segundo Mariana, o Nordeste vem recuperando sua produção de mel após sofrer longa estiagem desde 2012. "O mel depende muito das chuvas, porque chuva gera floração que atrai as abelhas.
Então com a melhoria do clima, quem se destacou em especial foi o Piauí, que deu uma alavancada na produção", explicou.
Fonte - IBGE
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