Montante pago em impostos federais, estaduais e municipais pelo contribuinte no Estado de Mato Grosso do Sul já superou a marca dos R$ 10 bilhões no ano, de acordo com dados do Impostômetro. De 1º de janeiro até terça-feira (21), foram arrecadados R$ 10,026 bilhões, ou R$ 713 milhões a mais que no mesmo período de 2018, quando o total pago em tributos alcançou R$ 9,313 bilhões no Estado. O porcentual de aumento é de 7,6%. Enquanto a cobrança de impostos avança assustadoramente, o cenário de pessimismo assombra a economia. Somente em Campo Grande, o total de impostos pagos pela sociedade, empresas, microempreendedores individuais e demais contribuintes foi de R$ 473,145 milhões, cifra 8,3% superior à recolhida no ano passado, de R$ 436,618 milhões.
O dispositivo, que representa o total de multas, taxas, contribuições e impostos pagos desde o primeiro dia do ano, também mostra que, no País, o montante pago pelos contribuintes brasileiros chegou a R$ 981,460 bilhões, crescimento de 7,6% em relação ao contabilizado no mesmo intervalo do ano passado (quando foram pagos R$ 921,140 bilhões).
SEM IMPOSTO
Com o objetivo de conscientizar o contribuinte e a sociedade sobre a alta carga tributária no País e informar sobre o alto impacto dos tributos pagos no preço final de produtos e serviços, será realizado no sábado (25) em Campo Grande o Dia sem Imposto. A campanha, que neste ano tem o tema “Menos é Mais”, é promovida pela Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG) e terá a participação de uma farmácia, postos de combustíveis e uma autoescola, que venderão produtos sem a cobrança de impostos.
No caso dos postos de combustíveis, serão ofertados, ao todo, 10 mil litros de gasolina com os impostos deduzidos, que de acordo com informações da organização, podem chegar a 61% do preço total do produto, agravado ainda pelo aumento da pauta fiscal do ICMS. O litro da gasolina será vendido abaixo dos R$ 2,50 e será limitado a 20 litros por carro e 8 por moto, beneficiando mais de 500 consumidores. Os postos participantes são: Auto Posto Pororoca XVII, na Rua 26 de Agosto, 499, e Auto Posto Nações Indígenas, na Avenida Afonso Pena, 7.144.
“A distribuição será feita por ordem de chegada e o abastecimento estará liberado a partir das 8h”, informou o presidente do Conselho dos Jovens Empresários da ACICG e coordenador estadual da campanha, Rafael Rotta. O pagamento será exclusivamente em dinheiro. As conveniências nestes mesmos postos de combustíveis também vão vender refrigerantes com dedução de 45% do valor.
Cerca de 500 medicamentos genéricos e fraldas também serão vendidos sem impostos no bairro Coophavila II, na drogaria Desconto Fácil – Unidade América, localizada na Rua da Península, 824. O atendimento será das 7h às 22h. O preço de venda com a dedução dos tributos chegará a 46% de redução do valor normal.
Aulas práticas de direção em motos e carros serão ofertadas pelas unidades da autoescola Primeira Opção, situadas na Rua Marechal Rondon, 1.605, e na Rua 15 de Novembro, 797, com um abatimento de 30% no valor. O atendimento será das 7h às 20h, sem limite de quantidade para aquisição.
Ainda no sábado, a van da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, em parceria com o Observatório Social e com alunos do curso de Ciências Contábeis da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), ficará estacionada no posto Nações Indígenas, localizado na Avenida Afonso Pena, 7.144, para ministrar palestras informativas sobre o impacto dos impostos na vida dos consumidores e empresários.
PAÍS
Para o diretor da ACICG e advogado tributarista, Roberto Oshiro, o evento busca mostrar à sociedade que quase metade do preço de produtos e serviços se deve em razão da alta carga tributária imposta aos contribuintes. “Uma sociedade conscientizada poderá cobrar de seus representantes o retorno dos impostos que todos nós pagamos diariamente. Isso pode fazer com que o governo entenda a necessidade de diminuir os seus gastos, ao invés de elevar ainda mais a carga tributária paga pela população,” defendeu.
Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), a alta carga tributária consome mais de 40% de tudo que é produzido no Brasil. Segundo Rafael Rotta, “68,76% do valor do smartphone importado é imposto; 69,53% do preço final da maquiagem é imposto; mais da metade do preço da gasolina – 61,95% – é constituído de impostos. “Com esta ação queremos reivindicar menos discursos e mais eficiência na aplicação do dinheiro arrecadado pelos contribuintes”, finalizou.
Com informações do Correio do Estado
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