Os Barômetros Econômicos Globais divulgados ontem (8) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), mostraram queda em outubro, mantendo a tendência de enfraquecimento observada a partir de julho, em função da desaceleração econômica mundial, no segundo semestre deste ano. Os indicadores permitem analisar o desenvolvimento econômico mundial.
De acordo com o Ibre, o Barômetro Econômico Global Coincidente, que reflete o estado atual da atividade econômica, caiu 4 pontos em outubro, para 107,6 pontos. Já o Barômetro Econômico Global Antecedente, que antecipa os ciclos das taxas de crescimento mundial em três a seis meses, apresentou retração de 11,6 pontos, para 96,5 pontos, menor nível desde julho do ano passado, quando atingiu 82,1 pontos. Segundo os economistas do Ibre, essa queda mais intensa do Barômetro Antecedente sugere a possibilidade de intensificação da tendência declinante no período dos próximos três a seis meses.
O pesquisador Paulo Picchetti, do Ibre, esclareceu que o ritmo de retomada das atividades caiu de forma generalizada entre as regiões, devido a restrições de disponibilidade de insumos intermediários nas cadeias produtivas e de oferta de energia. “As pressões sobre o nível geral de preços geradas por essas restrições têm criado expectativas acerca de movimentos de política econômica que, por sua vez, impactam negativamente as perspectivas de um crescimento mais consistente da atividade econômica em todos os setores”, indicou Picchetti.
Barômetro Coincidente
Todas as regiões contribuíram de forma negativa para o resultado agregado de outubro. Destaque para a área que compreende Ásia, Pacífico & África, que contribuiu com 2,1 pontos (53,0%) para a queda do Barômetro Coincidente Global, enquanto o Hemisfério Ocidental e a Europa contribuíram com 1,1 e 0,8 ponto, respectivamente. Todas as regiões registraram ainda indicadores acima do nível médio histórico de 100 pontos.
Os indicadores de quatro dos cinco setores monitorados pela pesquisa recuaram em outubro. A maior queda foi observada no indicador do setor de serviços, que passou a registrar o menor nível entre os segmentos, depois do quarto declínios seguidos. O maior nível entre os indicadores foi registrado pela indústria, embora a diferença entre os indicadores setoriais seja pequena, com todos eles registrando níveis na faixa entre 104 e 109 pontos, destacou o Ibre.
Barômetro Antecedente
Os indicadores antecedentes das três regiões contribuíram também de forma negativa para o resultado do Barômetro Antecedente em outubro. A região da Ásia, Pacífico & África apresentou a maior contribuição para a queda (5,5 pontos), seguida da Europa e Hemisfério Ocidental, com 3,4 e 2,7 pontos, respectivamente. Essa é a primeira vez que todas as regiões registraram níveis abaixo de 100 pontos, desde julho de 2020.
Fonte - Agência Brasil
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