O frigorífico JBS concede, a partir de quarta-feira (21), férias coletivas por de 20 dias aos trabalhadores da unidade da empresa em Campo Grande, na Avenida Duque de Caxias. O grupo apenas informou, em nota, que a medida visa “ajustar a demanda de produção às questões de mercado”, sem detalhar quais seriam essas questões. Embora a companhia afirme não prever demissões, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação de Campo Grande projeta cenário preocupante. “Tememos, sim, que muitos sejam mandados embora”, disse o presidente do sindicato, Rinaldo Salomão.
A preocupação da categoria vai além das demissões. Salomão admite receio quanto ao fechamento da unidade em Campo Grande. “Ficamos muito preocupados, porque a JBS vem fechando unidades em outras regiões do País”, afirmou o representante sindical.
O tom da nota da JBS é mais brando. A empresa afirma que a decisão de férias coletivas foi previamente programada e que não tem previsão de outras medidas. Afirma a nota: “Conforme programação prévia que busca ajustar a demanda de produção às questões de mercado, a JBS informa que irá conceder férias coletivas de 20 dias a partir da próxima quarta-feira (21 de setembro) em sua unidade de Campo Grande), em Mato Grosso do Sul. Após esse período, as atividades serão retomadas normalmente e não há previsão de demissões ou outras medidas adicionais”.
EXPORTAÇÃO
Os números das vendas externas mostram avanços modestos do mercado da carne de Campo Grande neste ano. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), o município exportou, de janeiro a agosto deste ano, o equivalente a US$ 111,01 milhões em carne bovina, montante 3,2% acima dos US$ 107,486 milhões contabilizados em igual período de 2015.
GREENFIELD
O grupo J&F, holding deterntora da JBS passa por momento turbulento, com dois dos gestores investigados por envolvimento em supostos prejuízos a quatro dos maiores fundos de pensão do País.
Na Operação Greenfield, da Polícia Federal, deflagrada no último dia 5, foram realizadas buscas em empresas que receberam recursos dos fundos, entre elas, a Eldorado Celulose, do grupo J&F.
Os irmãos Wesley e Joesley Batista, diretores da holding, chegaram a ser afastados das funções gerenciais e administrativas, além de terem as contas bancárias e bens bloqueados pela Justiça. As medidas cautelares foram suspensas após acordo firmado com Ministério Público Federal, em troca de garantia de R$ 1,518 bilhão. O grupo tem até dia 21 para depositar o valor em juízo ou oferecer bens que correspondam à soma. O montante ficará bloqueado e poderá ser usado para recomper possíveis rombos aos fundos.
Os dois se comprometeram a comparecer à Justiça e à Polícia Federal quando considerado necessário.
Conteúdo - Correio do Estado
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