Os aumentos no preço do combustível impactam direta ou indiretamente na vida de todos. Em Mato Grosso do Sul, ele pode representar até 20% do salário mínimo. De acordo com a economista do Instituto de Pesquisa da Fecomércio de Mato Grosso do Sul, Daniela Dias, em média, o preço do combustível corresponde a 8% do salário dos campo-grandenses.
“Observando o salário mínimo, levando em consideração o uso do transporte público, por exemplo, esse peso pode se aproximar da casa dos 15 a 20% do orçamento de cada pessoa. Já que o preço do combustível interfere no preço do passe de ônibus”, coloca a economista.
Considerando os elementos essenciais como alimentos, produtos de higiene e combustível, este último tem um peso de aproximadamente 7,8% em Mato Grosso do Sul. Já a mesma média para a Capital é ainda maior.” Se olharmos ao longo de 2020 até hoje, vemos um crescimento gradativo no IPCA, que no caso de Campo Grande se aproxima da casa dos 8% sobre o orçamento total das famílias, isso conforme dados do IBGE”, demonstra Daniela.
“Considerando mudança comportamental, tendo em consideração que durante a pandemia, muitas pessoas dão preferência a motoristas de aplicativo, esse peso pode ser mais significativo", completa Daniela.
INTERFERENCIA
A economista explica que o preço do combustível pode variar por uma série de fatores. “O preço do petróleo é ditado no mercado internacional. Essa commodities está intimamente ligada ao preço do câmbio, ou seja, quanto mais caro o dólar, mais caro ele fica para os brasileiros e, consequentemente, para os sul-mato-grossenses. Tomadas de decisões e desempenho econômico interno são alguns fatores que interferem no preço do petróleo, por exemplo”, esclarece.
O petróleo é matéria prima para alguns combustíveis como o diesel e a gasolina. Portanto, se existe um aumento do diesel, por exemplo, ele vai interferir no valor do frete de determinado produto que por consequência vai ser repassado para o consumidor.
“As pessoas estão perdendo um pouco mais do seu poder de comprar. Com o mesmo valor não conseguem mais andar a mesma quantidade. Então entra a priorização. As pessoas precisam colocar as despesas na balança e priorizar o que for preciso para ver se o orçamento conseguirá abarcar tudo isso”, orienta Daniela.
Com informações do Correio do Estado
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